Ney afirma que Conisud é contra municipalização da Régis e Aprígio não consultou nem taboanenses

'Aprígio não vai prosperar. Até porque nunca ouviu nenhum de nós, prefeitos, nenhum de nossos secretários de Trânsito. Sequer ouviu as pessoas que representa', diz Ney

Especial para o VERBO ONLINE

Régis parada próximo à praça central de Taboão, com semáforos (dir.); Ney em reunião no Conisud, que se declara contra municipalização da rodovia, projeto de Aprígio | Divulgação

O prefeito Ney Santos (Republicanos), de Embu das Artes, reafirmou rejeitar o projeto do prefeito Aprígio (Podemos) de municipalização da rodovia Régis Bittencourt em Taboão da Serra e disse que os prefeitos do consórcio de municípios da região (Conisud) se reuniram para também declarar ser contrários à medida, nesta quarta-feira (14). Ney disse que a ideia de Aprígio de fazer do trecho uma avenida e abrir seis cruzamentos com semáforos causará mais trânsito na região.

Aprígio – que escolheu a municipalização da Régis como um dos poucos projetos efetivos em quatro anos de governo (2021-2024) – fala em melhorar o trânsito em Taboão e “interligar os dois lados da cidade” por meio de passagens em nível, ou seja, cruzamentos (seis) com semáforos, no trecho taboanense (km 269 a 275). Principal rota ao Sul do país, com início em Taboão, a BR-116 é administrada pelo governo federal e está sob concessão, desde 2008, à empresa Arteris.

Ao contrário da alegação de Aprígio, Ney aponta que a transferência de gestão da Régis no trecho de Taboão para o governo municipal – com as intervenções anunciadas pelo prefeito – terá efeito negativo no tráfego com impacto também nas cidades vizinhas. “Tratamos hoje o dia inteiro da pauta que o prefeito de Taboão da Serra quer, a municipalização da Régis Bittencourt. Todos nós somos contra”, diz Ney em vídeo, sobre a reunião do Conisud com cinco municípios.

“A rodovia Régis Bittencourt não é exclusiva de Taboão da Serra. Lá é o portal de entrada de todas as outras [cidades] aqui para baixo. Todos vocês que transitam por essa rodovia, diuturnamente, já sabem o trânsito infernal que é todos os dias. Aqui a gente luta para trazer empresa. Se caso isso acontecer, vamos perder empresa, e renda e emprego, por conta do impacto de trânsito”, afirma Ney. A associação empresarial de Embu (Acise), na reunião, também disse ser contra.

“Não precisa ser tão inteligente para entender que colocando seis semáforos naquele eixo perto do shopping [Taboão], de seis quilômetros, vai afunilar ainda mais o trânsito. Porque hoje as pessoas andam a 90, 80 [km] por hora. Colocando semáforos, vai diminuir para 40 por hora. Ou seja, é fácil entender que o trânsito vai ficar pior do que já está. Esse trânsito vai acabar lá em São Lourenço [da Serra], todos os dias”, continua Ney, ao se referir à cidade a 35 quilômetros.

Ney diz que o Conisud já está acionando a Justiça e o Ministério dos Transportes “para que esse erro não venha a ser cometido”, ao afirmar que o colega não consultou nem os próprios moradores de Taboão. “O Aprígio não vai prosperar. Até porque ele nunca ouviu nenhum de nós, prefeitos, nenhum de nossos secretários de Trânsito, nem o conselho metropolitano. Ele sequer ouviu as pessoas que ele representa para entender se esse projeto seria bom ou não”, critica.

Aprígio abordou o projeto da municipalização da Régis em Taboão no Conisud em agosto do ano passado, mas teria feito uma explanação muito rasa e protocolar, apenas para informar os colegas. Como resultado, colheu a rejeição dos prefeitos. Mesmo sem agir com transparência sobre um tema complexo que afeta a região, ele se sentiu traído por não ter apoio e ameaçou tirar Taboão da composição do consórcio, o que aprofundou a reação negativa.

Um auxiliar de Ney confirmou ao VERBO na ocasião que não só o governante de Embu, como os demais seis prefeitos ficaram contra o projeto de Aprígio. “Tem o dedo de sete prefeitos. Nenhum prefeito quer a municipalização da Régis. Eles vão assumir um custo alto para fazer a manutenção, que hoje não é do município. Esse é o primeiro ponto. O principal motivo será o trânsito que vai causar para trás [no sentido São Paulo], devido às travessias que seriam feitas”, disse.

O tema voltou ao centro da discussão na região agora porque Aprígio marcou o ato de oficialização da municipalização na segunda-feira (19), aniversário de Taboão, com a presença do ministro Renan Filho (Transportes). Ele teria interesse particular na medida, obter o habite-se de propriedades de frente com a Régis. “A partir do momento que municipaliza, só depende da prefeitura. Ele quer resolver os problemas dele, e travar as outras cidades com o trânsito”, disse o auxiliar de Ney.

comentários

  • Ótima reportagem, inclusive, trazendo a posição do Conisud, e explanando sobre as intenções imobiliárias, secundárias, relacionadas ao projeto de municipalização. Aumentando-se os polos geradores e influenciando mais a mobilidade local e da região metropolitana. Além, da falta de conhecimento sobre mobilidade ambiental, há a promoção de investimentos que acaba tirando da população mais pobre, mais uma vez!

  • Ninguém falou do trecho de embu das artes que É TRAVADO todos os dias desde a manhã até o fim da tarde do km 286 até 278 junção do rodoanel um verdadeiro estacionamento com morosidade que poderia muito bem ser resolvido se fizessem mais uma faixa de rolamento ou uma via marginal como em outras rodovias
    Embu das Artes nesse trecho da Regis Bittencourt é caótico e Ninguém toma providências

  • Senhores prefeitos deviam se mirar no que foi feito em Cotia: investimento em pontes e cruzamentos em dois níveis, no trecho em que a Raposo Tavares atravessa o município.

  • Esse prefeito é um caso sério,em vez de anunciar melhor atendimento na saúde que esta uma droga,ele quer ajeitar a saída dos seus condomínios,ele deveria anunciar outro pronto socorro mas quem é os munícipes diante de tantos condomínios do Sr Aprigio tomara que os eleitores de Taboão não se iluda mais,não merecemos isto

  • Eu acho quer. Ater agara foi asim
    Deixar mesmo vai ficar mais
    Ruim .ele nao cuida nem da
    Cidade derito

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