Escolas de Taboão têm volta às aulas na 2ª; em ano eleitoral, Aprígio diz entregar uniforme neste mês

Mais de 26 mil alunos terão kit; 'novidade' é 'fila zero' de vagas para crianças a partir de 3 anos, diz o governo, mas secretária não explica como e omite fechar 17 salas

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Secretaria de Educação de Taboão; volta às aulas acontece nesta 2ª-feira; após 2 anos com atraso e falhas no kit, pasta diz entregar uniforme escolar ainda neste mês | AO/Verbo

As escolas municipais de Taboão da Serra (71 unidades) têm retorno das aulas na segunda-feira (5). Segundo a prefeitura, serão 200 dias letivos, até 17 de dezembro. O governo Aprígio (Podemos) afirma que ainda neste mês os 26.500 alunos receberão o kit de uniforme (três camisetas de manga curta, uma de manga longa, duas bermudas, uma calça, uma jaqueta, um par de tênis e três pares de meias). Porém, diz que a entrega ocorrerá em data estabelecida pela escola.

Nos últimos dois anos com aulas presenciais (após a pandemia da covid-19) em que é prefeito, Aprígio entregou o uniforme sempre com atraso. Em 2022, ele começou a fornecer o vestuário para mais de 6 mil alunos apenas no fim de junho, ainda com problema no tamanho e falta de itens como meias e tênis e só após cobrança de jornal da TV Globo. No ano passado, iniciou a entrega só no fim de maio, também após passar “vergonha” diante de reclamações de pais pela emissora.

Agora, em ano eleitoral, em que deve disputar a reeleição, Aprígio anuncia entregar o uniforme “no primeiro mês de aula”. Mas, após desgaste político, o governo admite não ser grande feito. Em informe à imprensa, a secretária Dirce Takano (Educação) diz que a “novidade de 2024” é que “Taboão alcançou a importante conquista de zerar a fila de espera para vagas de crianças a partir de 3 anos e atender a 90% da demanda para crianças de 2 anos” – ou seja, de creche.

Dirce faz, porém, um anúncio também considerado “eleitoreiro”. Em novembro, na Câmara, ela disse que as cerca de 2.600 crianças na fila por creche iam ter vaga garantida neste ano. Mas não explicou como atender demanda tão alta e omitiu que ia fechar 17 salas, o que só disse aos vereadores, a portas fechadas. Em evidência de fala contraditória, Dirce discursou que o governo ia “zerar a fila” de vagas de crianças “a partir de 2 anos”, e agora diz de 3 anos em diante.

Dirce “culpa” os pais pela demanda. “As vagas em espera, de acordo com a secretária, ocorre em grande parte, [sic] devido à preferência dos pais ou responsáveis por unidades escolares específicas que, por sua vez, não dispõem de vagas imediatas. A Secretaria de Educação (Seduc) segue o critério de encaminhamento dos alunos para escolas localizadas em um perímetro de até 2km de suas residências, proporcionando maior acessibilidade e comodidade”, diz o governo.

“Com o programa Fila Zero estamos otimizando o atendimento às demandas, visando garantir o acesso de todas as crianças à educação infantil de qualidade”, diz Aprígio, segundo o informe, em fala retórica, já que a própria secretária declara que nem as crianças de 2 anos serão atendidas na totalidade. Além disso, Dirce já tinha admitido, na Câmara, que o governo não é capaz de atender crianças de 0 e 1 ano. “O berçário […], ainda não conseguimos fazer”, disse.

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