Érica diz que Aprígio ‘não sabe trabalhar’ e declara apoio ao pré-candidato Engenheiro Daniel

Em entrevista que deu para anunciar oficialmente o rompimento com o Executivo, Érica disse que 'é um desrespeito total com os vereadores no governo Aprígio'

Especial para o VERBO ONLINE

Érica (PSDB) fala sobre rompimento com Aprígio - só depois de 3 anos de governo -, ao lado do pré-candidato a prefeito Engenheiro Daniel, a quem declarou apoio | Reprodução

A vereadora Érica Franquini (PSDB) concedeu entrevista na terça-feira (5) para anunciar oficialmente o rompimento com o governo Aprígio (Podemos) e justificou que não tinha demandas atendidas pelo Executivo, era ignorada por secretários e até desrespeitada por livre-nomeados, e afirmou que o prefeito “não sabe trabalhar” diante de “todas as obras paradas”. Érica aproveitou a coletiva para declarar apoio ao pré-candidato a prefeito Engenheiro Daniel (Republicanos).

Érica foi categórica em afirmar que não tinha respaldo e classificou o governo de “difícil”. “Vereador precisa do governo para andar. Fiquei 3 anos tentando que as minhas demandas, meus ofícios, reivindicações caminhassem, mas infelizmente isso não acontecia. É um desrespeito total com os vereadores no governo Aprígio. Eu acho um absurdo vereador esperar duas, três horas para ser atendido pelo prefeito. A gente ficava o tempo todo provando que estava com ele”, disse.

Érica sugeriu também sofrer humilhação ao levar trabalhadores para conversar com o prefeito. “Eu levava uma categoria lá, não resolvia. Aconteceu um fato absurdo. Eu tentei marcar várias vezes com o secretário para atender os condutores [escolares], estava cobrando uma taxa irregular. Não atendeu. Entrei na sala do prefeito e falei ‘está acontecendo isso’. Mandaram o projeto. O Toninho [Antonio Rodrigues, da Fazenda] colocou [na lei] a taxa que não tinha, de R$ 209”, criticou.

Indagada pelo VERBO, Érica citou entre secretários que não respeitam vereador (além de Toninho) Wagner Eckstein Junior (Administração), genro de Aprígio; Mario de Freitas (Governo); José Vanderlei (Trânsito); e Olívio Nóbrega (Esporte). “[Com] O Junior, encontrei bastante dificuldade. Não gostava da minha pessoa, não tem outra explicação. Era um absurdo você dizer que quer falar com secretário, ele não atender, e era só virar as costas para atender outro vereador”, disse.

“O Mario sempre foi meu amigo, mas também ‘sabonete’: marcava as coisas e não atendia, não resolvia”, continuou Érica. Ela “destacou” Vanderlei. “Leva horas para responder mensagem. Quando responde! O trabalho dele é ser segurança do Aprígio, é 24 horas ao lado do Aprígio. O prefeito vai almoçar, o vereador não pode nem ficar do lado, porque o secretário já senta do lado”, disse. Na sessão na quarta-feira (29), ela chegou a dizer que Vanderlei atendia ligação de vereador.

Por fim, Érica se referiu a Olívio, mas sem citar o nome. “O secretário de Esporte é muito difícil, tanto que tudo que peço é negado”, disse. Por outro lado, a vereadora disse que era atendida pelos secretários José Alberto Tarifa (Saúde) e Nilcio Regueira (Habitação), mas que eram os únicos – o governo Aprígio tem 18 secretários. “Ali, vereador não tem voz, não! Secretário quer mandar, quer saber mais que vereador. […] Vereador é eleito pelo povo. Secretário é funcionário!”, enfatizou.

A vereadora avaliou que Taboão “regrediu uns dez anos”. Questionada a exemplificar, ela citou obras iniciadas pelo ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e paralisadas por Aprígio, e sugeriu incompetência do prefeito. “A gente poder ver pelas obras, todas paradas. O Centro de Referência [de Saúde] da Mulher, três anos parado, a UBS Laguna [também]. […] As licitações não saem, sempre a culpa é da licitação. Parece que não sabem trabalhar. Três anos para sair licitação?”, disse.

Érica observou também que “a zeladoria da cidade está largada”. “Vá lá na praça do Laguna agora, mesmo tendo uma vereadora cobrando constantemente. Tem emenda impositiva minha lá não atendida até hoje. Moradores pedem para voluntários meus fazerem a zeladoria da EMI Piteco. Não tinha isso antigamente”, disse. O secretário da área é Valdemar Aprígio, irmão do prefeito. Ela contou ainda que sofreu agressão verbal de um comissionado, e o prefeito ficou alheio.

“Como prefeito, eu me decepcionei”, afirmou Érica, sobre Aprígio. Consciente de que ia ser questionada sobre o rompimento só após 3 anos de governo, a vereadora alegou que demorou a tomar a decisão por várias vezes “tentar” que a aliança desse certo. Com Daniel sentado ao lado, ela declarou apoiar o “amigo” pré-candidato “majoritário”. “Eu acredito muito na renovação, em projetos novos. Daniel está preparado e é o melhor para Taboão da Serra”, disse.

Érica disse que vai fazer “oposição inteligente”, aprovar eventuais projetos bons para a cidade, até como orientação de Daniel. O pré-candidato a prefeito comemorou a adesão de Érica. “Estou recebendo o apoio não simplesmente de uma vereadora, mas de uma amiga. Com a presença dela, o nosso projeto vai ficar muito maior do que já é”, disse Daniel. Ele analisou que secretários não atendiam a vereadora por “diretriz do prefeito” e que Aprígio está “perdido”.

comentários

>