D. Valdir assume diocese diante de 2 mil fiéis e diz querer ‘artesãos de comunhão’

Especial para o VERBO ONLINE

D. Valdir deita em sinal de humildade e obediência ao ser ordenado e adentra a catedral ao saudar os féis, já sagrado bispo da Diocese de Campo Limpo | AO/Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo

O padre Valdir José de Castro foi ordenado e empossado bispo da Diocese de Campo Limpo, no sábado (26) na Catedral Sagrada Família, no Campo Limpo (zona sul de SP). Ele se torna o terceiro bispo da história da diocese, criada em 1989 – é religioso (membro de congregação), da Sociedade de São Paulo (paulino), do fundador Tiago Alberione, beato, em cuja data, escolhida a dedo, ocorreu a missa. Cerca de 2 mil fiéis participaram da cerimônia.

A missa durou duas horas e meia. O padre Valdir foi ordenado após pedido para receber o ministério, ter a bula de nomeação pelo papa apresentada, ser interrogado (sobre a fé e o futuro encargo) e se prostrar (gesto de humildade e obediência) no altar. Depois, ele teve a imposição das mãos dos bispos presentes e a cabeça ungida com óleo e recebeu o livro dos evangelhos e as insígnias (símbolos) do bispo – anel, mitra (chapéu alto) e báculo (cajado).

Ordenado, dom Valdir, de 61 anos, paulista de Santa Bárbara d’Oeste, ocupou a “cadeira” principal da igreja própria do bispo. “Recebe e toma posse da catedral e da diocese”, disse, sob efusivas palmas, o arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Scherer, que foi o ordenante – os coordenantes foram dom Luiz Antônio Guedes, quem dom Valdir sucedia, e dom Devair Araújo da Fonseca, bispo de Piracicaba (SP) – diocese onde o novo bispo nasceu.

Dom Valdir foi convidado a ocupar a cátedra – e se tornar oficialmente o novo bispo de Campo Limpo – precisamente às 17h20. Em seguida, em instante de grande alegria, ele percorreu a catedral e a frente e a lateral externa da igreja onde o público também assistia à cerimônia, por meio de telões, e saudou os fiéis, com a benção do sinal-da-cruz, sob mais aclamação – foi acompanhado na acolhida pelos coordenantes e pelo pároco da catedral, padre Sandro Ely.

No fim da missa, dom Valdir agradeceu aos fiéis, bispos, familiares e autoridades pela presença, além dos colegas paulinos. Ele é o primeiro bispo da Sociedade de São Paulo no mundo em 108 anos de congregação. “Antes de tudo, [agradeço] a Deus, o supremo pastor, que não obstante as minhas limitações me chamou ao ministério episcopal. A ele, o louvor e a nossa ação de graças”, disse. Ele fez uma saudação especial aos padres e “ao povo da diocese”.

“O lema que escolhi é inspirado no apóstolo Paulo – ‘Tudo por causa do evangelho’. […] Sem dúvida, o maior bem que podemos dar ao mundo, tão fragilizado, é Jesus, que veio para que todos tenham vida e vida em abundância. Caminhemos juntos na missão de evangelizar. […] Sejamos artesãos de comunhão. Viver a unidade na diversidade. Peço a vocês orações, me ajudem a cumprir esse objetivo, não sozinho, mas com cada um”, declarou dom Valdir.

A diocese tem 1.560 km² e abrange seis cidades do sudoeste da Grande São Paulo (Taboão da Serra a Juquitiba) e parte das zonas oeste e sul da capital. Só o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (PSDB), esteve presente. Os demais não participaram – alguns foram representados. Os deputados federais Antonio Carlos Rodrigues (PL) e Carlos Zarattini (PT) e os vereadores de Itapecerica da Serra Cícero de Melo (União Brasil) e Fábio Santana (PT) presenciaram.

Ao VERBO, Nunes disse estar presente na posse como sinal de boa-vindas do povo paulistano a dom Valdir. “É uma das maiores dioceses nossas, de São Paulo. A Diocese de Campo Limpo, além de todo o trabalho de evangelização, tem trabalho muito forte com a Prefeitura de São Paulo nas obras sociais, através da Cúria. Eu fico muito feliz, tenho muitos amigos aqui, não podia faltar para cumprimentar dom Valdir e desejar sucesso”, declarou o prefeito.

Em entrevista após a missa, dom Valdir disse ter uma missão mais intensa na Igreja. “Quando fui nomeado pelo papa, ali já comecei uma preparação espiritual, também psicólogica, estava mudando o estilo de vida – sou religioso paulino e tinha apostolado ligado à comunicação. Foi um período de 2 meses e meio para me preparar. Com a ordenação, vejo o compromisso ainda maior, agora que começo a atuar, agir na diocese, em todas as suas dimensões”, afirmou.

comentários

>