Buscarini deixa campanha de Engenheiro Daniel após não ser vice e sinaliza que pode apoiar Fernando

'É uma saída pensada. O Daniel, hoje, não tem condições de arcar com o acordo que fechou comigo, não tem força política para sustentar", afirmou Buscarini, em coletiva

Especial para o VERBO ONLINE

Buscarini (MDB) anuncia saída da campanha de Engenheiro Daniel após o pré-candidato não manter acordo para ser vice, e diz que poderá apoiar outro postulante | Reprodução

O vice-prefeito José Vicente Buscarini (MDB) concedeu uma entrevista coletiva na quinta-feira (25) em que anunciou a saída da campanha do pré-candidato a prefeito de Taboão da Serra Engenheiro Daniel (União Brasil). Ele justificou que Daniel fez um acordo com ele de que seria o candidato a vice-prefeito de Taboão nas eleições deste ano, mas que o aliado não confirmou o compromisso. Buscarini disse que não brigou com Daniel, mas que poderá apoiar outro candidato.

Buscarini era aliado de Daniel desde 2022, quando o apoiou a deputado estadual. Ele não culpou Daniel e disse que ele hoje não tem “força política” para manter o acordo. Ele apontou que a coalizão de Republicanos, MDB e União nas três maiores cidades da região (Taboão, Embu das Artes e Itapecerica da Serra) e o interesse do prefeito Ney Santos (Republicanos) de indicar o vice impediram Daniel de cumprir o compromisso. Ney quer a irmã Ely Santos na chapa.

“Em nenhum momento eu disse ao Daniel que queria ser candidato a vice. O convite veio dele. [Daniel]: ‘Buscarini, eu tenho um projeto para 2022, porém, o meu foco é a campanha de 24. Mas eu quero que você seja o meu vice’. [Eu falei:] ‘Perfeito. A princípio, está aceito’. […] Fizemos todo um planejamento, fortalecemos a pré-candidatura do Daniel para as proximas eleições, de agora. A partir do instante em que as coisas foram crescendo, tivemos alguns problemas”, disse.

“Agora, ele está sendo extremamente pressionado para que o acordo não seja cumprido. Então, quero dizer a minha decisão, para botar um ponto final nas muitas especulações. Tivemos uma conversa de duas horas, aqui no meu escritório, e ficou definido, e disse a ele, que estou me afastando da campanha do Engenheiro Daniel. É uma saída pensada. O Daniel, hoje, não tem condições de arcar com o acordo que fechou comigo, não tem força política para sustentar”, afirmou.

Buscarini disse que, apesar de descumprido o acordo, não brigou com Daniel, mas ressaltou que a palavra deve ser honrada. Ele disse também que não deve atrapalhar diante de quebra de compromisso. “Acordo foi feito para cumprir, e quando não pode cumprir, tem que facilitar a saída da pessoa com dignidade. Estou dando ao Daniel a chance de encontrar o caminho que achar melhor para a campanha dele. Não tem briga, não tem racha. Continuamos amigos”, declarou.

Ele disse que o prefeito Aprígio (Podemos) não honrou compromisso com ele “em cima de mentiras”, mas salientou que todo “acordo foi feito para cumprir e quem não cumpre é porque não tem palavra”. “A minha saída da campanha do Daniel é porque ele está angustiado, o Daniel está sendo pressionado de todos os lados. Eu disse a ele: ‘Você está perdendo o comando, o controle da sua campanha. Reveja as alianças, você está refém de coisas que não eram necessárias'”, falou.

Buscarini lamentou que Daniel se sujeitou a deixar o Republicanos após ter construído o partido em Taboão e ser vitorioso ao ter sido o único pré-candidato a prefeito a apoiar o eleito governador Tarcísio de Freitas. Ele avaliou que Daniel foi prejudicado no acordo “por cima, visando campanha futura para deputado federal” – de Ney. “[Daniel] era pequeno. Ganhou musculatura. Agora é o homem que todo mundo quer abraçar. Na composição, Daniel foi rifado”, disse.

Apesar de mirar os vereadores que aderiram a Daniel só a partir do fim do ano passado, Buscarini disse que “a vinda” deles não o afligiu. “Até porque o vereador dizer que não sabia do acordo do Daniel não é verdade. Todos sabiam. […] Meu compromisso com Daniel foi honrado até o último instante. A dificuldade é dele. Todos têm direito de pleitear [vice]. Mas quem vai decidir é o Daniel. Na minha concepção. Se não puder, vai ter um vice que alguém venha impor”, alfinetou.

Buscarini chegou a dizer que se dependesse de Daniel seria o vice dele. “Sim. Ontem [na reunião com Daniel] ficou muito claro. O desejo do Daniel é que eu seja o candidato a vice com ele. Vou até dizer o que sinto, como parceiro: o Daniel perdeu o brilho nos olhos, não está contente com a situação. Construímos essa estrada, e ele sabe a que custo. Porém, ele tem dificuldade com os partidos, com pressões externas. Eu só lamento que a minha saída desarruma a casa”, disse.

Buscarini negou que, fora do grupo de Daniel, “vai sair abraçando” outros candidatos. “É hora de reflexão, de saber o caminho a seguir, até porque tenho mandato de vice-prefeito”, disse. Mas, indagado pelo VERBO se pode apoiar o pré-candidato Fernando Fernandes (PSDB), ele disse que está aberto a dialogar. “A minha meta principal é fazer que esta administração encerre no final do ano. Se o Fernando me procurar, vou receber da mesma forma [que em 2023]”, afirmou.

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