Após desgaste e fechar bases, gestão Aprígio recua e libera plantão extra a GCMs

Especial para o VERBO ONLINE

Secretaria de Segurança de Taboão; Falcão recuou na ordem de proibir plantão extra, mas não assinou para evitar expor derrota após pressão dos GCMs | AO/Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Após forte repercussão negativa – inclusive fora de Taboão da Serra – e fechar bases da Guarda Civil Municipal por falta de efetivo, o governo Aprígio (Podemos) recuou na suspensão dos plantões extras e voltou a permitir que os GCMs trabalhem em horário adicional. O secretário Rodrigo Falcão (Segurança) tomara a medida em represália ao vazamento de áudio em que ordenou trancar as viaturas e deixar os agentes fora, ao relento, no último dia 31.

O governo Aprígio recuou da decisão na noite desta segunda-feira (8). O comandante da GCM de Taboão, Nivaldo Menoci, baixou uma ordem de serviço (1.324/2022) com as chamadas “novas diretrizes”, expressamente (com erro de concordância), “liberado plantões extras e extensão” para os seis agrupamentos da corporação – Romu, Romucam, Patrulha Guardiã (Maria da Penha), Ronda Escolar, COI (central de videomonitoramento), Operacional/Bases.

GCMs procuraram o VERBO para avisar sobre o recuso da Secretaria da Segurança. “Liberaram as horas extras”, disse um agente, contrariado com a forma que o secretário lida com a valorosa corporação. “A Guarda precisa ser tratada com respeito”, declarou. Outro GCM confirmou a revogação da ordem. “Voltou a liberar os plantões extras. É bom para quem precisa e até mesmo para o povo taboanense”, comentou, sobre mais agentes estarem em serviço.

Falcão que tinha ordenado a suspensão dos plantões extras, na noite da quinta-feira (4), conforme revelou este portal. Ele, porém, não assinou a revogação, mandou o comandante fazer o ato, para tentar “se esconder” a derrotado na queda de braço com a corporação inteira, segundo agentes. “Nada que causa repercussão [negativa], ele assina. O subordinado assina sem saber que é algo que pode futuramente o prejudicar”, advertiu o GCM.

Falcão teve de recuar também, porém, por ter tomado uma medida considerada “desastrada” ao deixar a cidade ainda mais vulnerável, diante da determinação de manter as guarnições paradas em apenas seis vias. “Com o cancelamento das horas extras, fecharam bases para poder colocar [o efetivo] nas viaturas que ficam estacionadas. No plantão passado [domingo para segunda-feira], fecharam duas no setor 2 [Pirajuçara]”, relatou outro GCM.

Com o recuo, a pasta reabriu os postos da GCM, na noite passada. “Hoje [segunda] não teve base fechada com a liberação da extra. Teria, mas na última hora o ‘perturbado’ autorizou alguns de extra e não houve fechamento”, completou o agente, ao se referir a Falcão. Mas há mudança. “Não é algo real, inclusive será liberada após avaliação do subcomandante”, disse outro GCM, ao indicar que os contemplados serão os já poucos “aliados” do secretário.

Apesar dos prejuízos para a população, com as bases fechadas, Falcão relutou na revogação da medida, feita só quatro dias depois. Mas ele ainda mantém a suspensão de férias e licença-prêmio, direitos dos agentes, e a proibição de porte e uso de celular durante o expediente, considerada “puro autoritarismo” por servidores. “Sim. Não disseram nada. Terá reunião dos chefes das equipes amanhã, aí saberemos o que mudará na prática”, acrescentou o GCM.

OUTRO LADO
O VERBO questionou o secretário sobre ter recuado na probição da extra após o fechamento de bases da GCM e se revogará as outras duas proibições. Falcão preferiu voltar a fazer ataques a este portal, inclusive homofóbicos. “É o seguinte: eu vou comer o seu cu, tio, você é viado. Você quer que eu te coma e eu não vou te comer”, falou. Entre outros insultos, porém, ele disse que “os [GCMs] vagabundos não foram liberados [para os plantões], não”.

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