Tenho culpa de fazer a população acreditar nas mentiras de Aprígio, diz Buscarini

Especial para o VERBO ONLINE

Em entrevista a 'O Grito', o vice-prefeito Buscarini diz que governo Aprígio 'fechou as portas para o funcionalismo' e é 'ruim, medíocre e despreparado' | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O vice-prefeito José Vicente Buscarini (PSD) retomou as críticas – diretas e ácidas – ao prefeito Aprígio (Podemos), disse que “o governo é ruim, medíocre e despreparado” e chegou a admitir ter parcela de culpa por fazer a população de Taboão da Serra “acreditar nas mentiras do Aprígio”. Ele fez as afirmações em entrevista à página “O Grito” publicada na quarta-feira (2). O prefeito rompeu com o vice em menos de um ano de mandato, em setembro.

Perguntado sobre os mandatos como prefeito de Taboão (1983-1988/1993-1996), Bucarini aproveitou para criticar o governo Aprígio ao citar cada realização. “Havia cinco escolas infantis. Eu consegui entregar ao Armando Andrade, que me sucedeu, com 17, e a ‘menina dos meus olhos’, o Amor Perfeito, a escola para crianças excepcionais [com deficiência]. É um projeto que ninguém deu sequência e está abandonado, inclusive, pela gestão atual”, disse.

Buscarini lembrou das contendas com então único rival à época e voltou a alfinetar Aprígio. “Todos sabem que eu e o ex-prefeito Armando Andrade tivemos embates muitos quentes, ficamos dez anos cada um administrando, e quem ganhou com isso foi a cidade. O Parque das Hortênsias, o Armando construiu. Eu até brincava: ‘Você construiu, eu que vou pagar’. O Parque das Hortênsias foi uma referência. Hoje está lá abandonado, a Deus dará”, disse.

O vice-prefeito foi explícito em pontuar diferenças com Aprígio, porém, ao tratar da luta do funcionalismo municipal por aumento salarial e por direitos. “O administrador nato não tem medo. Tem que conversar, porque foi pedir voto para o funcionário. E por que agora fecha os portões, fala ao microfone e vira as costas?”, disse, sobre a atitude de Aprígio de impedir servidores de entrar no pátio da prefeitura e se irritar ao ser cobrado em manifestação da classe.

“Isso é covardia, de quem está despreparado, que não tem a mínima condição de administrar uma cidade do tamanho de Taboão da Serra. O funcionário tem por mim [consideração] porque todas as discussões salariais eram feitas diretamente com o funcionalismo, na mesa de negociação. Isso é democracia, é cumprir um plano de governo que você escreve e assina. Taboão já teve o maior piso salarial do Brasil, de 3,5 salários mínimos”, disse o vice.

Buscarini lembrou que a categoria deixou de receber o “abono de férias” na gestão Aprígio – que não quis compensar a perda via decisão judicial com lei de recomposição salarial. “O funcionário público perdeu recentemente o 14º salário, conquistado no meu governo”, disse. Ele voltou a reprovar a postura de Aprígio de virar as costas aos servidores. “Ele fechou a porta para o funcionalismo. Uma baixaria! Não quer atender quem o elegeu”, observou.

O vice disse que devido à lei da pandemia Aprígio “não deu nem atenção para o funcionalismo”. Na entrevista, ele ressaltou que ia entregar um documento à Câmara com as reivindicações da categoria, o que já fez. “A partir deste ano, não tem desculpa em dizer que não dá para fazer. Já ouvi até um monte de besteira do prefeito, dizendo que se quiser recorra à Justiça. Não! Existe o compromisso de melhorar o salário do funcionário público”, advertiu.

“Falta ao governo transparência. Tudo pode até quando você diz que pode até um ponto, não precisa de mentira. A minha grande divergência, e porque do rompimento por parte do ‘seu’ Aprígio é que o Aprígio é um homem covarde, não aceita a verdade, gosta de pessoas que o iludam, contem mentira. Fizemos uma aliança para ganhar a eleição e governar juntos. Ele disse várias vezes: ‘Vou usar a experiência do Buscarini’. Isso foi tudo da boca para fora”, disse.

Buscarini disse que “esperava que Aprígio ouvisse minhas ideias”, mas “inventou uma mentira, de que eu estava me aliando ao Fernando Fernandes, porque queria a cadeira dele”. “Se quissesse, teria disputado a eleição. E, desculpe a minha falta de modéstia, teria mais votos que ele numa disputa direta. Ele vinha sendo candidato eternamente, só perdendo. Ele já está entrando pela porta dos fundos [do gabinete]. É medo. Medo de encarar o povo!”, disparou.

Ao contrário de Aprígio, “não vivo de fofoca”, disse Buscarini. “Estou aqui dizendo em alto e bom som: é um governo ruim, um governo medíocre, um governo despreparado. Lamento, eu ajudei a chegar. Eu tenho a minha parcela de culpa de ter acreditado nas mentiras do Aprígio”, declarou. Ele anunciou a abertura de um escritório político neste mês “para honrar aquilo que fui fazer [prometeu] na rua”. Procurado sobre as críticas, Aprígio não se manifestou.

comentários

  • Buscarini o povo conta com vc ao menos para cobrar o que foi prometido em campanha, tenho vergonha de andar na cidade de Taboão da Serra que esta abandonada e tanto arrecada e não se ve aonde e investido o nosso dinheiro, educação a mingua, mato em todo lugar, serviços de manutenção feito na base da gambiara, projeto e construções paradas(ubs, escolas novas). vc olha para a prefeitura e vé um galpão abandonado, jamais digno de um município que tanto arrecada, tenho hj vergonha de ser Taboanense e morar em Taboão!

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