Na ‘novela’ da saúde caótica sob Ney, profissionais não recebem salário de novo

Especial para o VERBO ONLINE

PS de Embu; profissionais estão sem receber salário de dezembro, denuncia funcionária, por falta de repasse de recursos pela gestão Ney | Reprodução

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Profissionais que trabalham nos pronto-atendimentos de Embu das Artes ainda não receberam o salário de dezembro, que deveria ter sido pago na semana passada, em novo atraso no pagamento. Mais uma vez, o governo Ney Santos (Republicanos) não teria repassado o recurso previsto em contrato à empresa privada que gerencia a saúde do município, a AMG (Associação Metropolitana de Gestão), em recorrente descontrole nas finanças.

Uma profissional procurou o VERBO nesta segunda-feira (11) para denunciar o descaso e o transtorno causado. “Os funcionários do Pronto-Socorro de Embu das Artes, que trabalham pela AMG, até agora não tiveram pagamento”, disse. Ela explicou que o salário deveria ter sido pago até sexta-feira (8). “No quinto dia útil. E assim, sem nenhuma satisfação”, protestou, sobre não terem também nenhuma posição acerca de quando vão receber.

A profissional pediu para não ser identificada por medo. “Eu não gostaria de ter a identidade revelada. Como a gente é funcionário, não pode ser identificado porque a perseguição é muito grande. A gente precisa do trabalho”, disse. Ela preferiu não entrar em detalhes sobre como os profissionais são tratados quando reclamam apenas o direito de receber em dia. “O temor é muito. Só posso dar essa informação. Mas vou procurar vocês”, falou.

A empresa contratada atrasa o pagamento dos funcionários com frequência, devido à falta de repasse de recursos pelo governo Ney. Uma das ocasiões mais recentes foi em setembro do ano passado. “Presto serviço para a prefeitura de Embu das Artes pela emprega AMG. Até o exato momento, o nosso pagamento do mês não foi efetuado. Peço que nos ajudem”, disse uma funcionária, desesperada, também ao procurar este portal.

O governo Ney e AMG agiriam em conluio, segundo uma fonte ligada à própria gestão. A secretária-adjunta de Saúde, Maria Serrano, teria vínculo com a empresa. Não por acaso, conforme a denúncia, em agosto do ano passado, Serrano ficou internada no hospital do Vazame para tratar covid-19 como paciente “VIP”, com enfermeira à disposição 24 horas, e foi levada para casa, ao ter alta, de ambulância-UTI – acompanhada pela reportagem.

A AMG – que alterou os estatutos para atuar como organização de saúde apenas em 2018 e tem como presidente um pessoa formada em 2019 em veterinária, Fabio Cardoso Omito – assumiu a gestão dos pronto-atendimentos de Embu em substituição a outra empresa que também seria ligada a Serrano, a Edusa. Não por acaso, com o descredenciamento da antiga gestora, a maioria dos funcionários foi mandada embora sem receber os direitos.

O atraso de pagamento e calote a profissionais são só a ponta do iceberg na gestão caótica na saúde sob Ney. Em menos de quatro anos de governo, cerca de dez pacientes morreram sob negligência após atendimento em unidades do município – sob gestão da Edusa e da AMG -, entre eles uma adolescente de 12 anos, três bebês e uma criança de 1 ano. Questionado pela reportagem sobre novo atraso no salário de funcionários, Ney não respondeu.

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