Aprígio e Analice discutem na Assembleia; Fernando rebate ataque e acusa rival

Especial para o VERBO ONLINE

Aprígio discursa na Alesp com críticas à gestão Fernando na área de moradia; com a deputada ao lado, Fernando rebate e faz acusações contra Aprígio | Reprodução

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Os deputados estaduais Aprígio (Podemos) e Analice Fernandes (PSDB) travaram embate na Assembleia Legislativa na quinta-feira (19) sobre a área habitacional em Taboão da Serra. Aprígio disse que o prefeito Fernando Fernandes (PSDB), marido de Analice, “nunca fez casa no governo dele em 16 anos”. Um dia depois, Fernando afirmou que Aprígio, à frente de cooperativa, virou “o homem mais rico da cidade, presidindo uma entidade sem fins lucrativos”.

Na votação do orçamento estadual, no plenário, Aprígio indagou Analice sobre a gestão Fernando. “Eu não ia usar a tribuna, mas depois de certos absurdos que a gente escuta, mentiras de alguns políticos da nossa região, eu resolvi usar e fazer uma pergunta para a deputada Analice, se ela sabe quantas casas o marido dela construiu em oito anos de prefeito e mais oito que ele teve antes. Aonde [sic] ele construiu e quantas casas foram construídas”, questionou.

“Deputado Aprígio, meu marido não é construtor que nem o senhor, ele constrói uma cidade melhor”, reagiu Analice. Aprígio procurou retificar ao dizer “que estamos falando da prefeitura”. Ela completou o recado. “Ele [Fernando] não tem uma cooperativa que tira dinheiro da população”, disse. O presidente Cauê Macris (PSDB) disse que a palavra estava com o deputado e a interrompeu. Aprígio a provocou. “Eu aguardei você falar, tenha educação”, disse.

Aprígio voltou à carga. “O que acontece é que a prefeitura nunca fez uma casa no governo dele em 16 anos. Eu quero que me mostre, aonde [sic] fez, e quem mora lá – deputada, eu te ouvi, eu não sabia que você era tão mal educada assim, quero que me respeite. Nunca fez uma casa, e se fez, por favor, fale para a gente. […] Sabe quem fez o conjunto habitacional João Cândido? O PT. E seu marido nem foi na inauguração. A Dilma veio, o Lula veio”, discursou.

Na sexta (20), ao anunciar o repasse de R$ 2 milhões ao município, em emenda de Analice, para construção do “Complexo da Mulher”, no Jardim São Paulo (região da Vila Iase), Fernando, com a deputada ao lado, fez questão de responder e contra-atacar Aprígio, durante entrevista à imprensa. Ao passar a falar de realizações na área, ele disse que Aprígio “talvez não conheça a minha história, aliás, não conheça a história de Taboão em relação à moradia”.

“Em 1989 até 92 [quando vice-prefeito], a primeira vitória foi a assinatura da construção do [CDHU] Parque Laguna”, disse Fernando. Ele lembrou quando foi prefeito entre 1997 e 2004, quando disse que a política de moradia foi uma revolução. “[Construí] o Sítio das Madres 2, 3, 4. Construí a avenida Fernando Fernandes e tiramos todas as famílias que moravam em cima do córrego e transferimos para o Saint Moritz 128 famílias, com toda infraestrutura”, afirmou.

Fernando elencou ainda como feitos a “construção do CDHU do [Parque] Jacarandá”, o “Habitar BID” e o “CDD [Cidade de Deus] que fazia parte do Habitar BID” – um bairro inteiro construído atrás do Pronto-Socorro Antena. Após citar a regularização fundiária, ele passou a fustigar Aprígio. “Eu não faço moradia popular para vender, e vender a preço de mercado, e uma moradia na qual os compradores não conseguem ter escritura devido as irregularidades cometidas.”

Fernando foi mais incisivo nas acusações contra Aprígio. “O senhor não queria saber o que eu faço? Eu fiz tudo isso aí. Eu quero saber o que o senhor fez, além de construir prédios para vender, se tornar o homem mais rico da cidade, presidindo uma entidade que não tem fins lucrativos. Isso que eu quero saber!”, disparou, em evidência da polarização até o momento das candidaturas de Aprígio e de Daniel Bogalho, pré-candidato do governo que conta com o apoio dos Fernandes.

Depois, ao responder a perguntas dos jornalistas, Fernando reforçou o ataque, sobre Aprígio falar que a construção do metrô até Taboão é mentira. “Ele nunca ergueu uma palha para que o metrô chegasse a Taboão. Ele só atira pedra. Ele nunca teve uma atitude política e, agora como deputado, de brigar para que a construção do metrô até o Taboão aconteça. Você [repórter] viu algum pronunciamento dele, dizendo que está na luta e quer ajudar. Não viu porque não tem”, disse.

“É o contrário da gente, que faz visita, põe vídeo, isso pressiona o governo para que a coisa aconteça. É essa nossa parte, somos políticos, temos que fazer isso. Essa é a raiva dele”, completou Fernando, que negou oportunismo. “Ele fala que a gente se elegeu a troco do metrô. Estou quatro vezes como prefeito e uma como vice, inclusive assumi a prefeitura naquele mandato. E ganhei a prefeitura por conta do metrô? Vai contar isso para outro!”, retrucou.

Fernando estendeu o raciocínio quanto à deputada. “A Analice foi eleita em 2002 em cima de metrô, quando essa discussão não era o assunto do momento? Existia o projeto, mas não era o assunto, e ela ganhou, e de lá para cá vem sendo reconduzida, está no quinto mandato, com votação em Jales, em toda a nossa região. E vem dizer que ganhou por causa de metrô, ora! Não é revoltante, a gente não tem de ficar revoltado com isso, tem que ouvir quieto?”, disse.

Fernando voltou ao embate sobre moradia. “Aí vem perguntar na Assembleia quantas casas em construí. Eu não sou construtor. Quem constrói é ele. E constrói para ganhar dinheiro. Não construo para ganhar dinheiro, tenho planos habitacionais para a população de baixa renda, […] é projeto institucional. […] Quantas casas ele fez? Sem cobrar? Conhece? Ninguém aqui conhece porque não tem. Essa política pequena que me deixa chateado, revoltado”, disse.

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