Ney implanta subprefeitura no Sta. Tereza e cria cargos políticos com ‘altos’ salários

Especial para o VERBO ONLINE

Subprefeitura
Após assinar, Ney mostra nomeação de Nelson Pedroso, ao lado dele, como subprefeito do Santa Tereza; projeto foi aprovado dois dias antes da inauguração | Gabriel Binho/Verbo

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Ney Santos (Republicanos) implantou uma subprefeitura no Jardim Santa Tereza e criou 14 cargos políticos (sem concurso público), com salários “altos”, na contra-mão da economia que prega. Com voto favorável de 11 vereadores governistas, contra quatro da oposição, Ney teve aprovado o projeto na quinta-feira (21), mas antes de a nova estrutura administrativa passar na Câmara já anunciava a criação. Ele inaugurou a subprefeitura dois dias depois, no sábado (23).

Um dos vereadores favoráveis, Luiz do Depósito (MDB) disse ter indicado a subprefeitura e que ter o espaço em vez da praça de atendimento trará mais economia do que gasto com os cargos. “Vamos economizar muito com caminhões e tratores, que todo dia saem do centro e rodam duas horas para ir duas para voltar, vamos ter no lado de lá todo o maquinário e funcionários. Vamos economizar, nada, nada, R$ 150 mil por mês, pena que já está no fim da gestão”, disse.

Gerson Olegário (PTC) disse aprovar o projeto “com louvor”. “A gente escuta muito dizer que só é atendido o povo do centro. Levando a subprefeitura para os bairros, a economia vai ser cada mais maior. E estamos apoiando o munícipe, às vezes por excesso de pessoas na sede [da prefeitura], ele acaba perdendo duas horas entre o transporte e o atendimento”, disse. Ele exaltou a nomeação de Nelson Pedroso como subprefeito. Nelson, secretário de Obras, vai acumular as duas funções.

Bobilel Castilho (PSC) disse que moradores do Santo Eduardo, Parque Pirajuçara, por exemplo, terão atendimento “mais fácil” na subprefeitura. Ele rebateu a crítica de não se exigir formação superior para os cargos. “Se for falar de estudo, vamos levantar os vereadores todos, e vai entrar só gente formada, eu mesmo não sou formado, mas trabalho todo dia e tenho respeito pelo povo. […] O Nelson era simplesmente um dono de padaria. Hoje é um grande empresário”, disse.

Ricardo Almeida (Republicanos) disse que 70% da população de Embu está no lado direito da rodovia Régis Bittencourt. “Isso [subprefeitura] não vai só beneficiar as pessoas do lado de lá, mas também os comerciantes, que vão vender mais, contratar mais”, disse. Gilson Oliveira (MDB) avaliou que Embu cresceu e “já demorou de ter a subprefeitura”. “Vai economizar em muita coisa, em combustível, carro atravessando esta BR. O prefeito devia ter feito no primeiro ano”, falou.

Índio Silva (Republicanos) elogiou a criação da subprefeitura, mas principalmente pela escolha do gestor. “O Nelson, mais do que nunca, está preparadíssimo para ser o subprefeito. Tem comércio na cidade não é de agora, conhece os bairros de ponta a ponta, foi líder comunitário, vereador, foi secretário do governo Chico Brito e agora do Ney. Ele tem tudo para fazer uma ótima gestão”, disse. Jefferson do Caminhão (PSDB) se referiu ao subprefeito nomeado como “supersecretário”.

O presidente Hugo Prado (PSB) argumentou que o morador do Jardim Batista leva até 50 minutos para se deslocar até a prefeitura, no centro. “Para ir e voltar, são quase duas horas. Dessa forma, muitos dos pedidos acabam tendo algum tipo de demora na sua solução. É ter não apenas a praça de atendimento, onde se faz um protocolo, mas uma estrutura para que o munícipe da região periférica, a mais populosa, possa ter um atendimento rápido para resolver seus problemas”, disse.

Contudo, a oposição viu a criação da subprefeitura desnecessária e com “vícios”. André Maestri (PTB) disse que Osasco é a sétima cidade mais populosa do Estado e não tem subprefeitura. “Falar que a subprefeitura vai estar ao lado dos problemas, mas tem um monte de bairros no entorno da prefeitura que tem problema. E os cargos de coordenadoria precisam ser técnicos, de nível superior. Mas o requisito é ter ensino médio ou experiência profissional em gestão”, criticou.

“É complicado para o servidor receber orientação de quem não tem o mínimo de competência técnica, só tem o ‘QI’ de quem indicou. É um projeto que precisava ser mais discutido, tinha colegas da base que não sabiam que iam ser criados 14 cargos”, disse Maestri, ao questionar se a iniciativa era para melhorar o atendimento ou criar cargos para favorecimentos pré-eleitorais. “O prefeito não respeita este Legislativo, é tudo em regime de urgência, achando que aqui é uma pastelaria.”

Dra. Bete (PTB) criticou o que sugeriu ser “cabide de empregos”. “Teve aquele feirão do emprego e pudemos ver que o desemprego assola a nossa cidade, e estão criando 14 cargos com valores altos e ainda sem nem exigir nível de escolaridade [superior]?. Voto contra. […] Vi o vereador Luiz falar de máquinas e funcionários, mas vai ficar mesmo tudo na subprefeitura?”, questionou. “É que o projeto, gente, chegou para nós hoje, em regime de urgência”, reprovou a vereadora.

Na inauguração, Ney disse que a subprefeitura é para a região. “Não vai atender só o Santa Tereza. [Também] Santa Emília, Vazame, Santo Eduardo, Valo Verde, São Marcos, Parque Pirajuçara, ou seja, o eixo da BR para cá. Momento importante para o desenvolvimento da cidade”, discursou. Ele atacou a oposição ao dizer “que apenas 13 vereadores [da base] têm amor e carinho por Embu” e o VERBO ao falar que “até os adversários, até aquele que fala mal é obrigado a vir nos prestigiar”.

comentários

  • Eu quero saber o porquê da justiça deixar esse desgoverno abrir uma subprefeitura no Santa Teresa, como as precisasse, a cidade é pequena para os parâmetros até da Grande São Paulo, cabide de cargos não é mesmo! Acorda judiciário e população de Embu

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