Ney contraria servidores; irmã do prefeito, que perdeu eleição, não explica ‘descaso’

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Ney Santos (PRB) não atendeu as principais reivindicações dos servidores de Embu das Artes e afirmou que vai pagar o salário depois do último dia útil do mês trabalhado, sob alegação de dificuldade financeira, e entregar a cesta básica com atraso, de até 15 dias. Candidata a deputada federal derrotada nas eleições no ano passado, a secretária de Gestão de Pessoas, Ely Santos, irmã de Ney, não esclareceu e “nunca aparece para dar uma explicação”.

Servidores municipais de Embu das Artes protestam na porta da prefeitura
Servidores de Embu protestam na porta da prefeitura na sexta (12) após atraso em salário, cesta e consignado
Prefeito Ney, nota em que alega
Ney e nota em que alega dificuldades financeiras para não cumprir datas com servidores; secretária Ely Santos

Na sexta-feira (12), cerca de 70 servidores realizaram uma paralisação e protestaram na porta da prefeitura contra o “descaso” de Ney. Apenas servidores usaram um megafone para cobrar os direitos e respeito. A vereadora Rosângela Santos (PT) e o ex-prefeito Nivaldo Orlandi (PCO) participaram. “Foi um ato aberto, todos os vereadores podiam ter participado e mostrado apoio aos servidores. Ou eles não apoiam os servidores?”, questionou uma funcionária.

Apesar do pequeno número de manifestantes, o ato mobilizou três viaturas da Guarda Municipal, três da Polícia Militar e dois carros do setor de trânsito. “Trataram a gente com respeito. Só um idiota pegou um fuzil e ficou na entrada da prefeitura”, disse a servidora, ao se referir a um GCM. “Foi um grupo pequeno, porque os professores não participaram. Mas agora como ‘presente’ todos vão receber no quinto dia útil. Então, quem sabe, a próxima seja maior”, completou.

Pela manhã, a gestão Ney distribuiu aos servidores na prefeitura uma nota com o aviso de que oficializou o quinto dia útil como dia de pagamento dos servidores, inclusive aos professores, o que não tinha acontecido – no último dia de expediente de junho (28), os professores receberam o salário, como também os contratados da frente de trabalho. No informe, o governo cita os pontos reclamados e procura se justificar sobre as medidas que contrariam os servidores.

Ney, que assina a nota, diz que “todos os esforços estão sendo feitos, e já há algum tempo, para manter o costume, quanto ao pagamento até o último dia útil do mês”, mas, “como bem ressaltou o próprio SindServ [sindicato], o Estatuto dos Servidores Públicos do município, em seu artigo 144, prevê que o pagamento dos salários do servidor será até o 5º dia útil do mês seguinte ao trabalhado”. Ela nega, porém, que seja o motivo para deixar de pagar no último dia útil.

“Mas sim dificuldades financeiras e sensíveis reduções de repasses de verbas das esferas estadual e federal, que em outros períodos eram encaminhadas ao município com muito maior vulto. Assim, para que sejam evitados transtornos e os servidores possam se programar melhor, o governo informa, inclusive, por medida de segurança, que, por ora, os salários serão pagos até o 5º dia útil do mês seguinte ao trabalhado, o que não significa que não possa ser pago antes.”

Sobre a qualidade e o atraso na entrega da cesta, Ney diz que “o governo tomará urgentes providências para apuração de tais reclamos dos servidores e caso constatado que algum produto não atende as especificações constantes do edital e respectivo contrato, que passou por regular processo de licitação, ou no que diga respeito a qualidade de qualquer dos produtos, serão adotadas medidas administrativas e, caso necessário, judiciais para corrigir tal situação”.

Da mesma forma da situação do salário, “fica determinado que o prazo máximo para entrega da cesta básica será até 15º dia do corrente mês”, diz Ney. Ele alega também dificuldade financeira para atrasar o repasse de consignados. “Também nesse ponto e mais uma vez, contamos com a colaboração, desprendimento e compreensão dos servidores, […] mas que a todo custo, para o próximo mês, como pretende a administração, não voltará a se repetir”, afirma.

Ney não disse, porém, por que não avisou que deixaria de pagar o salário no último dia útil de junho. Ele oficializou o quinto dia útil só após o sindicato marcar assembleia. “Não estão preocupados com a gente, a secretária de Gestão de Pessoas sequer falou sobre o assunto, nunca aparece para dar uma explicação. Muitos servidores nem sabem que ela é responsável. Quando ela saiu de férias, o namorado que assumiu”, disse uma servidora. Procurada, Ely não respondeu.

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  • O povo de Embu terá uma enorme responsabilidade na próxima eleição. Desfazer a besteira que fez na última eleição. Acorda povo de Embu das Artes!

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