Jornalista Paulo Henrique Amorim, que na região fez ‘perfil’ de Ney, morre de infarto

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O jornalista Paulo Henrique Amorim, um dos mais renomados e prestigiados profissionais de imprensa do país, morreu na madrugada desta quarta-feira (10), aos 76 anos, no Rio de Janeiro. Ele sofreu um infarto fulminante, em casa. Amorim atuou em vários veículos de comunicação, entre os quais as principais TVs nacionais, e atualmente trabalhava na Record TV, mas não estava no ar desde o mês passado, afastado pela emissora do programa que apresentava.

O jornalista Paulo Henrique Amorim
O jornalista Paulo Henrique Amorim, que morreu na madrugada desta 4ª de infarto fulminante, aos 76 anos
Paulo Henrique
Paulo Henrique na Delegacia Seccional e no Pirajuçara, em Taboão, em 2010, em reportagem sobre Ney Santos
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Secretário do governo Ney Jones Donizette manifesta luto pela morte de Amorim; VERBO presta homenagem

Nascido em 22 de fevereiro de 1943 no Rio, Amorim trabalhou, além da TV, em jornais, revistas e sites de notícias. Foi estagiário do jornal “A Noite” em 1961. Depois, foi repórter das revistas “Manchete” e “Realidade”. Em 1972, na “Veja”, recebeu o prêmio “Esso” por uma reportagem sobre distribuição de renda. Em 1974, foi promovido a editor-chefe da revista “Exame”. Em seguida, ocupou cargos de direção no “Jornal do Brasil” (1976-84) e na extinta TV Manchete (1984).

De 1985 a 1996, Amorim trabalhou na TV Globo, como repórter, apresentador e correspondente em Nova York. Nos anos 1990, também colaborou com a rede americana CNN. Depois de deixar a Globo, passou pelas TVs Bandeirantes e Cultura. No início dos anos 2000, comandou um programa no portal UOL. Ele estava na Record desde 2003, mas em junho foi afastado do “Domingo Espetacular” (revista eletrônica similar ao “Fantástico”), que apresentava havia 13 anos.

Amorim foi substituído após fazer fortes críticas ao governo Jair Bolsonaro (PSL), apoiado pela Record. O canal dizia, porém, que ele ficaria “à disposição de novos projetos”. Crítico da ex-empregadora, a Globo, uma das credenciais que o fizeram ser contratado pela rede do bispo Edir Macedo, ele mantinha o blog “Conversa Afiada”, alinhado aos governos do PT e contra o que tachava de “PIG” (Partido da Imprensa Golpista), que apoiaria um golpe contra gestões petistas.

Relacionada à região, uma das grandes reportagens de Amorim foi sobre a denúncia em 2010 de enriquecimento ilícito do então candidato a deputado federal Ney Santos, atual prefeito de Embu das Artes. O jornalista esteve na Delegacia Seccional de Taboão da Serra, diante de uma Ferrari de propriedade de Ney apreendida, e no Pirajuçara. “Segundo a polícia, este é um dos 15 postos de gasolina que pertencem a Ney Santos ou a laranjas de Ney Santos”, reportou ele.

Secretário do governo Ney, Jones Donizette postou em sua rede social e disparou para contatos mensagem com os dizeres “#Luto #PauloHenriqueAmorim”, seguidos de breve obituário sobre o jornalista, inclusive com menção à passagem do profissional pela Record, à qual é ligado o PRB, atual partido de Ney. Na TV, Amorim tornou famosos os bordões “Olá, tudo bem?” e “Boa noite, boa sorte!”, com os quais aparecia aos telespectadores e se despedia no vídeo.

Amorim é ainda autor dos livros “De Olho no Dinheiro” (1987), pela fase dedicada ao jornalismo econômico, “Plim-Plim, A Peleja de Brizola” (2005), sobre a fraude na eleição para governador no Rio em 1982, e “A Mídia nas Eleições de 2006” (2006). O velório será nesta quinta (11) na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, das 10h às 15h, aberto ao público. O local do enterro ainda não foi informado. Ele deixa a mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro, uma filha e dois netos.

> VEJA REPORTAGEM FEITA NA REGIÃO EM 2010 PELO JORNALISTA PAULO HENRIQUE AMORIM (1943-2019)

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