A favor, Doda muda voto em 15 minutos em moção de Rosângela contra Previdência

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O vereador Doda Pinheiro (sem partido, expulso do PT) mudou de posição em tempo recorde – em 15 minutos -, de forma vexatória, na votação da moção de repúdio da vereadora Rosângela Santos (PT) à proposta da reforma da Previdência após os colegas governistas não aprovarem a matéria da integrante da oposição, no dia 22 de maio. Nos últimos meses, vereadores “obedientes” a Ney, incluído Doda, têm votado contra medidas positivas à população.

Rosângela diz que idosos pobres
Rosângela diz que idosos pobres receberão R$ 400 com reforma; após ser ‘favorável’ à moção, Doda se abstém

Por ser o primeiro-secretário da mesa-diretora da Câmara, Doda ficou de ler a moção de Rosângela, mas pediu a dispensa. Apesar de ter passado a confrontar e até tratar com escárnio a vereadora, ele adiantou o voto e disse ser “favorável”. “Presidente, a moção de repúdio é muito grande, eu vou dispensar a leitura, entendendo a importância dessa moção de repúdio. Até já me posiciono favorável. E o senhor já pode colocar em discussão”, falou Doda.

Rosângela justificou a moção de repúdio contra a proposta de reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). “O presidente quer aprovar de todas as formas essa reforma da Previdência, onde os pobres serão os mais prejudicados, principalmente as mulheres, que não conseguem ter uma rotina de trabalho para poder contribuir por 20 anos necessários para receber, pelo BPC [Benefício de Prestação Continuada, a idosos pobres], R$ 400”, criticou.

Vereadores da base de Ney se apressaram em barrar a moção, mesmo sem votar contra. “Concordo em parte [com justificativa da propositura], mas não está finalizado o projeto [de reforma da Previdência] do governo. Vou me abster”, disse Luiz do Depósito (MDB). Daniboy (DEM) alegou que o repúdio deveria ser a um ato específico, não um tema complexo como a reforma da Previdência. “Ela é importante para o desenvolvimento do país”, disse – e se absteve.

Edvânio Mendes (PT), da oposição, seguiu a colega de partido e disse que a reforma proposta vai prejudicar os trabalhadores rurais e os brasileiros pobres que necessitam de benefícios da assistência social. André Maestri (PTB), apesar de oposição, avaliou que a reforma é “necessária” e se absteve. Ricardo Almeida (PRB), governista, também se absteve. “Está genérico [projeto da reforma], não foi definido nada ainda para decidir, a favor ou contra”, disse.

Doda passou a discutir a moção e mudou o discurso. “Eu, sinceramente, não tenho conhecimento de todo teor do que está escrito sobre a reforma, até porque o Congresso ainda está discutindo […]. Particularmente, eu não tenho como votar em algo que ainda não foi amplamente discutido. Por falta de conhecimento a fundo do tema, também vou me abster”, disse, com sorriso constrangido e fala hesitante. Doda disse ser a favor às 2h43 de sessão e refugou às 2h58.

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