Carreta na contramão é propaganda de Ney com aval da prefeitura, denuncia jornal

Especial para o VERBO ONLINE

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Em ação considerada um “abuso” e afronta aos motoristas “normais” que são multados pela prefeitura ao menor ato de infração de trânsito, o governo Ney Santos (PRB) estacionou a carreta da campanha de saúde “Fila Zero” na praça central de Embu das Artes no ponto de táxi e na contramão pelo segundo fim de semana seguido. Após permanecer no largo 21 de Abril no último dia 3, o caminhão voltou a ficar parado no local na sexta-feira (10), sob críticas de munícipes.

Carreta de campanha de saúde estacionada em faixa de táxi e na contramão
Carreta de campanha de saúde estacionada em faixa de táxi e na contramão na praça central de Embu dia 3
'Um Novo Jornal'
‘Um Novo Jornal’ traz denúncia de que Ney usa carreta do ‘Fila Zero’ para fazer propaganda em vista da eleição
Carreta deixa
Carreta deixa praça central de Embu das Artes na sexta-feira (1o) pela contramão ao descer r. da Emancipação

A carreta ficou estacionada na praça praticamente o dia inteiro. Com a faixa ocupada, os taxistas foram deslocados para o lado direito da via, reservado aos moradores e visitantes, que ficaram sem local para parar para fazer compras, em prejuízo também ao comércio. No local, o VERBO flagrou o caminhão deixar a praça, às 17h40. Também pela contramão, ao descer a rua Emancipação. “É do chefe, pode né?”, questionou um pedestre para um agente de trânsito.

Ney está usando a carreta com o nome “Fila Zero” para fazer propaganda pessoal em vista das eleições, denuncia “Um Novo Jornal” – Ney visa a reeleição. Segundo o jornal, “o uso desses artifícios já foi condenado anteriormente e causou muita dor de cabeça a Ney Santos”. Em 2012, na campanha em que se elegeu vereador, Ney foi cassado por compra de votos em atendimentos de saúde prestados por uma ONG com uma carreta. Ele recorreu e se manteve no cargo.

“A diferença de hoje é que ele mantém o poder da administração municipal e pode levar a carreta e estacioná-la onde quiser, com a alegação de que é de responsabilidade do município cuidar das vias públicas, bem como alterar a mão de direção de qualquer rua, avenida ou praça”, diz o jornal, que além de acusar que a carreta é estacionada na contramão na praça aponta que o “método de propaganda” usado em campanha eleitoral conta “agora com o aval da prefeitura”.

De acordo com o jornal, “a prefeitura, através da Secretaria de Comunicação, informou que a medida foi tomada para informar a população sobre os serviços que a carreta está prestando e que todas as sextas-feiras ela vai ficar no mesmo local”, e que coloca a carreta na contramão “para dar segurança aos munícipes que querem entrar e fazer parte da visitação, já que a escada fica localizada na lateral direita do veículo”. Na praça, o caminhão não tem atendimentos.

O jornal diz ter ouvido taxistas na praça e constatou o “descontentamento” da categoria com a medida, “por causa da diminuição do espaço que eles têm para estacionar e esperar os passageiros”. “Quando chegamos e tem outros carros estacionados na área reservada para nossos profissionais, somos obrigados a dar a volta e isso sempre traz prejuízo e incômodo”, falou um profissional que não quis se identificar com receio de represália, conforme a reportagem.

Ainda segundo “Um Novo Jornal”, “o que chamou a atenção das pessoas que usam diariamente o local é que quando um carro estaciona para desembarcar ou embarcar é multado sem ao menos uma advertência por parte da fiscalização feitas pelos agentes da prefeitura”. Na última sexta, após a carreta deixar a praça, a reportagem observou agentes de trânsito em grupo atentos ao movimento na praça, um com bloco de multas em mãos de prontidão, virando as folhas.

Pessoas da área médica observam ainda que “se a carreta vai ser usada no sábado e domingo, como pode ficar exposta a contaminação dos populares que adentram em todas as divisões de atendimento”, diz o jornal. Não são os únicos questionamentos, pacientes reclamam de não conseguir iniciar tratamento. “Temos que marcar o encaminhamento”, disse uma moradora. Indagada se a UBS do bairro tem número mínimo de médicos, ela disse: “Não. Só um clínico”.

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