Renato mente à imprensa ao dizer que Verbo foi convidado e tem ‘influência política’

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O secretário de Comunicação do prefeito Ney Santos (PRB), Renato Oliveira, mentiu à imprensa regional na tarde desta quarta-feira (3) ao dizer que convidou o VERBO para o autodenominado “café com jornalistas”, na prefeitura, e que este site tem “influências políticas”. Em reportagem publicada na terça-feira (2), o VERBO informou que Renato, embora tivesse agendado uma reunião institucional, numa repartição pública, não tinha convidado este site para o encontro.

Ao lado de outros secretários, Renato
Ao lado de outros secretários, Renato (centro), réu por tentar matar Binho (VERBO), fala no café a jornalistas
Lenon e Renato em balada; Binho é socorrido após ser derrubado
Lenon e Renato curtem balada; Binho é socorrido após ser derrubado da moto na BR-116 pela dupla criminosa

Renato é réu confesso do atentado contra o repórter e chargista do VERBO Gabriel Binho. Na madrugada de 28 de dezembro de 2017, o então subsecretário de Comunicação perseguiu Binho e o derrubou da moto na rodovia Régis Bittencourt. Binho teve tornozelo quebrado, foi operado e usou muletas por seis meses. A Justiça de Embu das Artes mandou Renato a júri popular por tentativa de homicídio qualificado – motivo torpe e dificultar a defesa da vítima.

Questionado sobre ter feito uma postagem “fake news” (falsa) de que o VERBO é ligado ao PT, Renato disse que “gostaria” que o site estivesse na coletiva. “A respeito do ‘meme’ que eu disparei, desmentindo aquilo que o VERBO ONLINE estava falando, inclusive – falo isso sem nenhuma hipocrisia – gostaria que algum representante deles estivesse aqui”, disse. Ele reforçou adiante: “Eles seriam muito bem recebidos aqui, como vocês mesmos estão”, disse.

Um jornalista indagou Renato se tinha convidado o VERBO. Ele respondeu: “Com certeza”. “Tem certeza?”, questionou o profissional. “Sim”, falou. O jornalista disse: “Porque o Adilson [Oliveira, jornalista do VERBO] disse para mim que não foi convidado”. Renato falou: “Com certeza. Essa é mais uma das mentiras que, infelizmente, eles colocam”. Ao ouvir que uma assessora teria postado sobre o café num grupo da imprensa, ele despistou: “Pronto: é um meio de convite”.

Renato alegou que o VERBO mentiu sobre os tiros contra Binho. Ele disse que a polícia “não encontrou nada que confirmasse essa versão” e o juiz do caso “determinou que fosse anulada essa versão do processo”. Diferentemente do que o réu afirmou, este site informou que o juiz “afastou a qualificadora dos disparos”. Contudo, Binho reafirma que foi alvo de disparos e, conforme apurou a reportagem, o Ministério Público está convicto do relato da vítima e vai recorrer.

Renato, em tática que vem repetindo desde que se viu diante do ato grave de tentar matar uma pessoa, procurou desqualificar este site ao justificar o “meme”. “A maneira como o secretário vai se portar diante das polêmicas é uma decisão de foro íntimo de cada um. […] Tenho uma série de orientações jurídicas que sigo, naquele momento entendi que era necessário eu desmentir, levar à população que não era bem aquilo que estava escrito naquela matéria”, disse.

“Fomos encaminhados ao júri? Fomos, era o que eu esperava, sigo com muita tranquilidade, sei o que fiz e o que não fiz. Porém, eu não vi manifestação de absolutamente de ninguém a respeito da versão do Binho. […] Aí eu me senti na obrigação de falar o meu lado. Mas sigo respeitando o VERBO, por mais que eu não concorde e saiba das influências políticas que eles têm”, disse Renato. A afirmação é mentirosa. O VERBO não tem qualquer ligação político-partidária.

Renato tem tido dificuldade de falar a verdade sobre o caso. Depois de esconder por dois meses ter sido o autor do ataque a Binho, ao lado do segurança pessoal Lenon Roque – que vai a júri com o secretário também por tentativa de homicídio -, e só ter sido descoberto após procurar incriminar um guarda municipal do mesmo grupo político do qual faz parte, em uma investida vista como “trairagem” no círculo comum, Renato passou a inventar “álibis” para se safar.

Primeiro, Renato disse que perseguiu Binho porque teria contado para a esposa que o tinha visto com uma mulher. Binho diz que não conhece a mulher dele “nem a suposta amante”. “A versão é fantasiosa, não há nada de verdade nisso”, diz a vítima. Depois, Renato passou a dizer que Binho age a serviço do PT. Binho afirma que nunca teve ligação com o PT, e passou a ter com Rosângela Santos após o ataque, na esfera pessoal, pela vereadora ter sido solidária.

“Renato falava todo tempo que era questão pessoal, agora está envolvendo política”, diz Binho. Três meses antes de praticar o atentado, sobre quem considerava adversários do governo, Renato disse: “Peço todos os dias pra vocês deixarem eu resolver. Mas ninguém autoriza”. Indiciado, ele apagou o comentário. Em outra mentira dita no café, sobre a jornalista da secretaria ter posto o convite em grupo da imprensa regional, a assessora de Renato não compartilhou.

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