Criança morreu soterrada por ‘negligência’ do governo Ney, diz Sociedade Ecológica

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A queda de barranco sobre uma casa que matou uma criança na madrugada desta segunda-feira (11), no Pinheirinho, em Embu das Artes, é resultado da negligência do governo Ney Santos (PRB), denuncia a Sociedade Ecológica Amigos de Embu. A Seae diz que a prefeitura não notificou os moradores de que o loteamento é irregular e não impediu a construção das casas, além de não cumprir ordem judicial que manda afixar placas de aviso de ocupação clandestina.

Laje parcialmente destruída
Casa em loteamento irregular no Pinheirinho com laje semidestruída por soterramento que matou Bernardo,1
Prefeito Ney (destaque)
Ney (destaque) no cenário da tragédia; Sociedade Ecológica de Embu denuncia que prefeitura foi ‘negligente’

O deslizamento de terra soterrou três pessoas. Pais da criança, Karina Santos Oliveira Lopes e Mike Lopes Alves saíram com escoriações, mas Bernardo Oliveira Lopes, de 1 ano e dois meses, não resistiu aos ferimentos. As vítimas foram socorridas ao Hospital Geral de Itapecerica. Ney esteve durante a manhã no local e prometeu “todo o apoio necessário à família em todas as necessidades” e colocar “todas as secretarias à disposição da população afetada pelas chuvas”.

Em rede social, Ney só se manifestou às 11h53 sobre a tragédia na rua Caqui e disse que “a Prefeitura de Embu das Artes recebeu uma notificação judicial solicitando a fiscalização, fixação de placas no local, publicidade do processo de ação civil em razão de loteamento e ocupação clandestina de área. A Prefeitura está cumprindo todos os requisitos solicitados pela Justiça”. Às 11h54, a página da prefeitura comunicou e citou a ordem da Justiça com o mesmo teor.

O presidente da Seae, Rodolfo Almeida, denuncia, porém, descaso do governo. “Toda esta área foi ocupada em crime ambiental, foi feito aterro de nascente, de rio, corte de topo de morro de APP [preservação permanente]. É uma área muito molhada, muito sujeita a deslizamento, já foi embargada diversas vezes. Pela negligência da prefeitura de não impedir as construções e não notificar as pessoas de que é área irregular, é que esta fatalidade veio a ocorrer”, disse.

Uma moradora do bairro denuncia ainda que o governo teria até esta segunda-feira para identificar a área e foi omisso. “A prefeitura tinha até hoje para colocar placa por aqui tudo, falando que era loteamento clandestino, para embargar as construções e falar para as pessoas nas casas. E não fez nada. Ela colocou uma faixinha sem-vergonha lá embaixo, na entrada do Pinheirinho. […] Agora, o prefeito está aqui com cara de bunda, de triste, fotografando a tragédia”, disse.

OUTRO LADO
O VERBO questionou Ney: “A Sociedade Ecológica de Embu e moradores do Pinheirinho acusam que o senhor tem responsabilidade no desmoronamento que matou uma criança de 1 ano ao ter sido negligente de não notificar as pessoas de que a área é irregular e não impedir a construção de moradias, além de não cumprir determinação judicial que manda a prefeitura fixar no local placas com aviso de que a ocupação é clandestina. O que tem a dizer?”. Ele calou.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>