Estupro cresce 28% em Embu; ‘o cara grudar na menina na rua não existe’, diz PM

Especial para o VERBO ONLINE

GABRIELA PEREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Embora em julho tenha registrado quatro ocorrências, redução de 50% em relação ao mesmo mês em 2017, Embu das Artes teve alta de 27,5% em estupro nos primeiros sete meses em comparação com igual período do ano passado, de 40 casos contra 51 agora. O crescimento do odioso crime foi discutido no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) Embu Centro na última terça-feira (14). A Polícia Militar disse, porém, que o ataque às mulheres na rua “não existe”.

Capitão Lorusso, presidente Luis Junqueira, delegado e delegado
Capitão Lorusso, presidente Luis Junqueira e delegados Genofre e Teixeira na reunião do Conseg Embu Centro

Na reunião do Conseg, na Acise (associação empresarial), a PM antecipou dados da criminalidade em Embu em julho, ainda não divulgados pela Secretaria de Segurança. O capitão Lorusso, comandante da 3ª Cia. do 36º Batalhão, disse que o estupro é “quase 100% cometido por pessoas da família da vítima”, que “não existe o cara grudar na menina na rua e a estuprar”, sugerindo que não há muito o que a polícia possa fazer para que a violência sexual não aconteça.

Na reunião, um morador do Jardim Vista Alegre denunciou também consumo de entorpecentes e até prostituição aos finais de semana dentro da Escola Municipal Astrogilda Abreu Sevilha, e pediu à Guarda Municipal e à PM uma atenção especial ao caso. “O meu pedido seria uma viatura permanente, mas como já sei a resposta, de que não será possível, eu peço pelo menos que, sempre que puderem, olharem com carinho para a escola aos sábados e domingos”, disse.

Tanto Lorusso como o inspetor Andrade, membro da Guarda Municipal na reunião, anotaram a denúncia do morador, mas não comentaram sobre o caso e nem mencionaram aumentar o patrulhamento ostensivo no local, como sugeriu outro participante. Nos primeiros seis meses neste ano, só na área da Delegacia Central, Embu não teve nenhuma ocorrência de porte de drogas e registrou 97 de tráfico, contra 13 e 78, respectivamente, no mesmo período de 2017.

As taxas de outros crimes (homicídio, latrocínio, roubos e furtos em geral, roubo de carga) tiveram diminuição em julho de 2018 em relação ao mesmo mês do ano anterior, com exceção do furto e roubo de veículo, que ficaram estáveis, em cinco e oito casos respectivamente. Sobre esses dois delitos, o capitão da PM disse “que para este mês a tendência é permanecer no vermelho”. Lorusso afirmou que furto e roubo de veículo são os desafios da polícia neste momento.

O mapeamento feito pela PM indica que a principal rota dos roubos é da avenida Elias Yazbek até o 284 km da Regis Bittencourt, próximo à Drograsil e ao McDonald’s. A solução apresentada pelo capitão seria deixar algumas viaturas paradas em alguns pontos estratégicos, mas, como ele próprio observou, faltam viaturas. “Eu estou com uma dificuldade de viaturas aqui bem grande, mas eu espero encontrar parceiros e pessoas que possam nos ajudar”, disse.

Uma moradora do São Marcos levou outra demanda para a GCM ao relatar que enfrenta problemas com vizinhos que ligam o som alto na rua. Ela contou que já acionou a Guarda várias vezes, mas nada foi resolvido. “Se a viatura está subindo, a pessoa vê e abaixa, se está descendo, vê e abaixa. Da última vez que mediu [os decibéis], estava dentro do permitido em lei porque quando a Guarda chegou a música estava acabando e assim que eles viram, abaixaram”, disse.

“Eu queria saber o que mais preciso fazer, porque estou nessa luta desde 2016”, disse a moradora sobre o impasse. O presidente do Conseg, Luis Junqueira, se responsabilizou em fazer uma operação com a Guarda no endereço para resolver o problema. Ela ainda disse que cobrará uma postura diferente da GCM. “Eles, como oficiais, percebendo que a pessoa [denunciada] em outros momentos desligou o som mais uma vez, passem a multar mesmo assim”, disse.

Uma outra reivindicação apresentada foi que a multa seja cobrada no ato da medição, caso o nível dos decibéis ultrapasse o limite permitido, e não no IPTU, conforme é atualmente feito. Isso porque, como apontou a moradora, há uma falha nessa forma de cobrança, já que muitas vezes a casa é alugada e, quando a multa chega, o responsável por infringir a lei já não reside mais no mesmo endereço. A lei restringe que os ruídos não podem ultrapassar 80 decibéis.

Além do capitão da PM e do inspetor da GCM, a reunião do Conseg Centro contou ainda com a presença do delegado Flávio Luiz Teixeira, titular do 1º DP de Embu, no Jardim São Marcos, e do agente Olegário, que representou o Departamento de Trânsito da prefeitura. Também participou o delegado aposentado Roberto Genofre, que hoje é conselheiro anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Genofre deu uma palestra sobre a história do Conseg.

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