CRÍTICO. André diz que Embu vive ‘momento difícil’ e 80% da população rejeita Ney

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Em ato de lançamento da pré-candidatura de Aprígio (Podemos) a deputado estadual, no dia 16, em Taboão da Serra, o vereador André Maestri (PTB) discursou que Embu das Artes vive dias “difíceis”, mas que a grande maioria da população desaprova a gestão Ney Santos (PRB). Ney, que criou a taxa do lixo e reajustou o IPTU, entre outros atos impopulares, tem amargado a insatisfação de moradores. Ele foi vaiado em jogo com craques do futebol que reuniu 5 mil pessoas.

Vereador André Maestri (PTB)
André Maestri (PTB), que votou contra a criação da taxa do lixo, um dos fatores da impopularidade de Ney

“Embu passa por um momento difícil com o governo que lá está, […] mais de 80% rejeita o governo atual”, afirmou André. O percentual é o alardeado por Ney, fala que foi eleito com 80% dos votos – aproximadamente, quando o número preciso é 79,45%. Mas omite que se trata de votação válida. além de não considerar que na eleição o candidato Geraldo Cruz, impugnado, não teve os votos computados – ele reverteu o processo e passou a ter votação considerada.

A percepção de vitória esmagadora de Ney, porém, é falsa. Dos 147.870 eleitores que foram às urnas em Embu, 64.828 votaram em Ney, mas 83.042 não. Na realidade, ele foi o eleito com a segunda pior votação absoluta ao menos nas últimas cinco eleições (16 anos). Os 64.828 votos significam que Ney teve, a rigor, 43,84% dos votos dos que foram votar. Em 2000, Geraldo teve 45.013 votos entre 106.306 votantes ou 42,34%, só um pouco abaixo da marca de Ney.

Ney teve um resultado ainda pior se considerado o número de eleitores aptos a votar. Ele atingiu apenas 38,57% dos votos, ou seja, 64.828 votos entre 168.050 votantes. Considerado o eleitorado total, Chico Brito teve 45,33% dos votos em 2012 e 44,65% em 2008. Geraldo, 42,46% em 2004 e 37,20% em 2000, quando o PT chegava ao poder em Embu. Caso os 35.697 votos de Geraldo tivessem sido contabilizados, Ney teria 55,3% e o petista, 30,4% dos votos válidos.

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comentários

  • Em relação à totalidade dos eleitores (168.050), considerando a soma dos votos brancos, nulos, abstenções e votos em outros candidatos, 61,42% dos aptos a votar ((103.222) fizeram outras escolhas. O prefeito eleito obteve, nas mesmas condições, 38,58% dos votos (64.828). Enfim, são regras eleitorais que devem ser cumpridas, de maneira que a demonstração de rejeição da maioria não prevalece. O que houve foi que o alto índice de rejeição ao candidato eleito, desde o início, agora atinge 80%. Significa que cerca de 18,58% dos que votaram no prefeito mudaram de opinião. Votar não é fácil, não é apenas comparecer obrigatoriamente à zona eleitoral e cumprir um “dever cívico” ou descarregar a raiva por aquilo que não deu certo. Exige muita análise, estratégia e visão de futuro, além de consciência e muita informação. É preciso educar para o voto consciente, pensar mais no coletivo, precisamos ter mais segurança política.

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