‘Agora’ dá grande destaque a atentado e diz que GCMs são suspeitos de atacar Binho

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O “Agora São Paulo” publicou no domingo (21) reportagem de quase página inteira sobre o atentado contra o repórter-fotográfico e chargista do VERBO Gabriel Binho, com a manchete “Guardas-civis são suspeitos de atacar jornalista de Embu”, na primeira cobertura jornalística sobre o caso que aponta possíveis responsáveis pelo ato criminoso contra o profissional deste site. O VERBO acompanhou a entrevista do jornal com Binho, na casa dele, na quinta-feira dia 18.

O repórter-fotográfico
Repórter-fotográfico Rubens Cavallari (Folhapress), do ‘Agora’, faz imagens de Binho, e reportagem publicada

Em reportagem com leque amplo de abordagens (no jargão jornalístico, “retrancas”), assinada pelo jornalista William Cardoso, o “Agora” abre a notícia com a informação de que “a Polícia Civil investiga dois guardas-civis de Embu das Artes (Grande SP) sob suspeita de terem cometido um atentado a tiros contra o jornalista Gabriel Barbosa da Silva, 32 anos, o Binho, do site ‘Verbo Online’, em 28 de dezembro, no acesso do km 279 da rodovia Régis Bittencourt à cidade”.

A reportagem prossegue com relato de que “denúncias enviadas à polícia deram conta de que um guarda proprietário de um Hyundai i30 prata teria sido o responsável pelos disparos, que não chegaram a atingir o jornalista. Durante a investigação, o delegado Andreas Schiffmann descobriu que os dois guardas de Embu têm carros parecidos, ambos Hyundai i30 prata, com pequenas diferenças nas rodas. O veículo também foi flagrado por câmeras”, diz o texto.

“Um dos guardas civis investigados”, continua o “Agora”, “é ligado diretamente ao grupo político do prefeito Ney Santos (PRB), segundo a polícia”. “O subprocurador-geral de Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, diz que o Ministério Público designou três promotores para acompanhar o caso”. Depois, a reportagem detalha o crime – que Binho foi derrubado da moto, às 2h, pelo carro e o atirador disparou três vezes em direção à vítima, que na queda quebrou o tornozelo esquerdo.

O jornal diz que, “quatro horas depois, o jornalista recebeu uma ameaça em sua página no Facebook. ‘Us [os] proximu tiro vai se no meio da cara pra aprende a para de ser faladô recado tá dado o outro q vai ser arrepiado e o otavio silva sem massagem […]’, diz o texto, publicado por perfil falso, assinado por ‘Samuel Salve Geral'”. Explica que Otavio Silva, 23, o outro ameaçado, é uma liderança do PDT na cidade que publica “reclamações de moradores contra a prefeitura”.

A reportagem diz que o atirador, antes, ficou no carro, “na praça central de Embu, observando a vítima por duas horas na noite do crime”. “Perto do local há uma base da PM. Segundo o delegado [Andreas], chama atenção o fato de um carro ficar por tanto tempo parado em um mesmo local, fechado, com ocupante […], sem ser abordado”, relata. “A polícia pediu quebra de sigilo telefônico dos suspeitos e solicitou dados para localizar o autor da postagem”, informa.

O “Agora” diz que o “‘Verbo Online tem postura crítica” frente à gestão Ney. “No ano passado, apontou irregularidades no aumento de IPTU e na taxa de lixo […]. Após as reportagens e pressão popular, a prefeitura reviu os valores”, relata. Binho disse que não se envolveu em brigas e que o ataque se deve à atuação profissional. “Esse foi um atentado contra o ‘Verbo Online’, não foi só contra mim. Qualquer um do site que tivesse dado sopa ali teria sido alvo”, falou ao jornal.

Binho – que, além de repórter, faz fotos e charges – ainda se recupera do ataque, informa a reportagem. “Ainda não consegui ir para a rua”, afirmou, relata o jornal. “Estamos esperando agora a polícia fazer o trabalho dela”, declarou ainda o profissional. Ainda segundo o “Agora”, Instituto Vladimir Herzog, Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de SP e Artigo 19 cobraram o esclarecimento do crime.

O jornal traz a resposta dos envolvidos. “Os guardas-civis suspeitos foram ouvidos pela polícia, afirmaram que não cometeram o crime […]. Ambos colocaram os carros à disposição da Polícia Civil, que não divulgou seus nomes”, diz. O coordenador de comunicação de Ney, Jones Donizetti, fala que tais notícias “surgem em ano eleitoral” e “chama o caso de ‘suposto atentado'”. O “Agora” pediu entrevista com Ney, mas ouviu “que ele estava fora da cidade, incomunicável”.

O jornal lembra ainda que Ney “é acusado pelo Ministério Público Estadual por participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico. Ele só assumiu a prefeitura após obter liminar no STF”. Cita que um empresário flagrado em escuta sobre fraude de combustíveis diz ser “sócio” de Ney e “ter duas secretarias de Embu nas mãos”. “Essa pauta [atentado] veio direto da direção do jornal, que disse para entrarmos no caso”, falou o repórter do “Agora” ao VERBO.

> LEIA REPORTAGEM DO ‘AGORA SÃO PAULO’ SOBRE ATENTADO CONTRA REPÓRTER DO VERBO NA ÍNTEGRA
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