Abraji, Proteção a Jornalistas e Vladimir Herzog cobram apuração de ataque a Binho

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo

O atentado contra o repórter e chargista Gabriel Binho, do VERBO, causou perplexidade e reação de jornalistas da região e também de organizações de defesa da liberdade de imprensa e denúncia de agressões a jornalistas no exercício da profissão com atuação no país e no exterior. Binho, que tem reportado fatos de repercussão política em Embu das Artes como a criação da taxa de lixo, sofreu uma tentativa de assassinato na madrugada de 28 de dezembro.

Páginas na internet do Comité
Sites do Comitê de Proteção a Jornalistas, Abraji e Instituto Vladimir Herzog, que reagem a atentado a Binho

Binho seguia pela rodovia Régis Bittencourt quando um carro i30 prata tentou jogar o profissional para fora da estrada. Binho acelerou, mas teve a moto atingida pelo veículo e caiu na pista, a poucos metros do acesso à Câmara, no km 279. O ocupante do carro ainda deu a volta por pista lateral à BR-116 e disparou três tiros na direção de Binho, que se jogou numa vala da pista para se proteger. Ele teve o tornozelo quebrado e passou por cirurgia. Apesar do terror, passa bem.

“Com toda certeza, foi um atentado”, afirmou Binho, 32, ao VERBO. Apenas poucas horas após a tentativa de homicídio que sofreu, quando estava internado no Hospital Geral do Pirajuçara para a cirurgia, ele recebeu uma mensagem com ameaça. “Samuel Salve Geral us proximu tiro vai se no meio da cara pra aprende a para de ser faladô recado tá dado […]”, diz o texto. “Quem fez isso não está contente com a minha atuação no VERBO e minhas charges”, disse Binho.

O ONG internacional Comitê para Proteção dos Jornalistas, sediada em Nova York (EUA), procurou o diretor do VERBO, jornalista Rômulo Ferreira, e disse que qualquer agressão a um jornalista em função da profissão é do interesse da entidade. “Um dos trabalhos do CPJ é investigar quando um repórter é ameaçado, atacado, agredido, sequestrado, morto quando faz o seu trabalho, e vimos a matéria no VERBO sobre Binho”, disse Andrew Downie à reportagem.

“Se o ataque é relacionado ao trabalho de jornalismo que ele [Binho] faz, é um caso grave. Qualquer caso em que um jornalista ou repórter é atacado ou ameaçado por causa do jornalismo ou é impedido a fazer o tipo de jornalismo que exerce é considerado um fato grave para o CPJ. Esperamos que ele esteja bem e não passe, e ninguém do site passe, nenhuma outra agressão, nenhum ataque por causa do jornalismo que faz”, declarou Downie, na Escócia, ao VERBO.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também contatou o VERBO sobre o caso. “O objetivo da Abraji é confirmar se a agressão tem relação com a atividade jornalística de Gabriel, pressionar para que autoridades policiais e judiciárias investiguem até identificar o executor ou o possível mandante e com isso evitar que a pessoa com interesse em calar a imprensa use a violência como mecanismo de censura”, disse o secretário-executivo Guilherme Alpendre.

“A Abraji segue acompanhando a investigação da polícia, que vai começar agora, e vai pressionar para ter uma solução. Há indícios de que a agressão tem relação com a atividade jornalística, isso para nós já é suficiente para ter atenção especial ao caso até ele ser resolvido. Todo caso de ataque à liberdade de expressão é grave”, disse. O Instituto Vladimir Herzog convidou jornalistas do VERBO para reunião em São Paulo sobre o caso na tarde desta sexta. Binho participará.

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