Embu protesta contra tarifa de R$ 3,80 nesta segunda, quando reajuste já vale

Especial para o VERBO ONLINE

ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Moradores e lideranças políticas protestam contra o aumento da passagem do transporte municipal de Embu das Artes nesta segunda-feira (6), quando a tarifa sobe de R$ 3,20 para R$ 3,80 – aumento de 18,8%. Na manifestação, às 9h, no largo 21 de Abril, centro da cidade, os participantes irão falar, em rima com o valor, que “R$ 3,80 o povo não aguenta”. O novo preço foi determinado em decreto assinado no dia 20 de janeiro pelo então prefeito interino Hugo Prado (PSB).

Com empresa sem ônibus ainda na totalidade da frota, lotação trafega no Jardim Sadie, antes da alta da tarifa

A prefeitura alega que a Secretaria de Mobilidade Urbana, em conjunto com a Secretaria de Governo, usou a tabela do chamado Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, que considera, entre outros itens do sistema, o custo de óleo diesel, rodagem, veículos, mão-de-obra operacional e despesas administrativas. O estudo teria apontado o valor de R$ 4,05. Já a Transartes (ex-Coopercav), empresa que opera na cidade, teria pleiteado a tarifa de R$ 4,77.

“Após análise e consciente do impacto da tarifa no orçamento dos munícipes, chegou-se a R$ 3,80”, decidiu a gestão. Hugo decretou o aumento, mas a alta vai na contra-mão do que prometeu. Questionado pelo VERBO na apresentação do secretariado, em 3 de janeiro, ele disse não ter definição sobre a tarifa, mas que o aumento só seria autorizado após discussão com a população. O percentual de reajuste é três vezes mais o índice da inflação em 2016, de 6,29% (IBGE).

Hugo alegou que não autorizar o aumento poderia levar a empresa a não ter condições de oferecer o serviço, o que provocaria um colapso na cidade. Contudo, a nova tarifa reajustada em percentual exorbitante deve excluir do sistema de transporte mais usuários que não podem pagar. O governo municipal diz que R$ 3,80 é o “valor médio da passagem praticada na região”. A afirmação é falaciosa. Itapecerica da Serra e Taboão da Serra mantêm a condução a R$ 3,00.

A organização do protesto diz que a população recebeu “com espanto e indignação a notícia de que a passagem de ônibus aumentará de R$ 3,20 para R$ 3,80, um aumento imoral de 18,8%, três vezes acima da inflação”, que “fará que nossa cidade tenha a passagem mais cara de toda a região” – o último reajuste, assinado pelo prefeito Chico Brito (então PT), foi em janeiro de 2016, de 10,3%, quando passou de R$ 2,90 a R$ 3,20, já a mais alta entre cidades locais.

“Repudiamos esse aumento abusivo, exigimos revogação imediata, com mais transparência no processo, apresentando os dados, as planilhas, convocando por fim uma audiência pública para debatermos amplamente com a população o transporte público na cidade, que se encontra ineficiente, caro, desconfortável”, diz. Lideranças comunitárias devem entrar com ação no Ministério Público em busca de derrubar na Justiça o aumento autorizado pela prefeitura.

Questionado logo que empossado no dia 1º, o novo prefeito Dr. Peter (PMDB) disse, segundo o “Taboão em Foco”, que “não gosto e não quero” o aumento, mas condicionou a revogação a “avaliação financeira”. “Vamos fazer o possível e impossível para que seja o menor preço possível. Mas também não podemos quebrar, essa é a verdade”, disse. Apesar de assinada por Hugo, a decisão foi tomada pela equipe do prefeito eleito Ney Santos (PRB), que é foragido da Justiça.

NOTA DA REDAÇÃO/CORREÇÃO – Hugo Prado assinou o decreto que aumentou a tarifa do transporte municipal para R$ 3,80 não no dia 27, mas no dia 20 de janeiro, retificação já feita no texto.

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comentários

  • é um absurdo esses vereadores, esse falso do Hugo Prado assinou a lei e agora vem dizer que foi Chico Brito. Nosso voto pra vc Hugo e Ney foi para isso para aumentar o valor da lotação, obrigado pro estarem ai defendendo nosso interesse, ou seja o interesse do bolso próprio e não do bem comum.

  • Engraçado esses vereadores justificarem o aumento abusivo na gestão passada. São tão hipócritas, pois o decreto foi assinado pelo prefeito/vereador interino Hugo Prado. Acho justo a população se mobilizar em prol de seus direitos. Acho mais justo ainda que o vice-prefeito faça diálogo com a população que é a maior interessada. E não com vereadores e secretários, pois estes sim olharam para seu benefício próprio.

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