Após indicar hospital leito, Ney agora diz ser contra fechamento do PS Vazame

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O presidente da Câmara de Embu das Artes, Ney Santos (PSC), disse na sessão na quarta-feira (3), a primeira da Casa em 2016, ser contra o fechamento do Pronto-Socorro Vazame. O vereador alardeou no ano passado, porém, devolução de recurso do Legislativo para a prefeitura até com destino de R$ 123 mil economizados. Ele indicou para o hospital leito, que levou à desativação do PS – até posou com reprodução de cheque gigante com o nome do equipamento.

Presidente Ney Santos posa com cheque para hospital que ficou no lugar do PS Vazame e na sessão
Presidente Ney posa com cheque para hospital que levou à desativação do PS Vazame e discursa sobre tema

Ney se dirigiu aos membros do movimento pela reabertura já do PS. “Eu quero que vocês saibam que todos nós aqui [vereadores] somos a favor que reabra o Pronto-Socorro do Vazame. [É] Óbvio. Quem seria, qual ser humano, principalmente a maioria de nós que nasceu e foi criado na cidade, quer que feche o pronto-socorro? […] Somos a favor, sim, da reabertura do pronto-socorro, e vamos lutar sempre por qualidade de vida para a população”, discursou.

No fim do ano passado, Ney, sorridente, posou sozinho com o cheque de R$ 123 mil, com data de 17 de dezembro, em cartolina com os dizeres “Destinado ao Hospital Leito do Vazame”. Um site da região noticiou que Ney pediu ao prefeito Chico Brito (PT) que o valor devolvido aos cofres da prefeitura fosse destinado ao hospital leito, antigo pronto-socorro, justificando que a saúde é a maior demanda de Embu, mas sem fazer nenhum questionamento à desativação do PS.

Na sessão, Ney se irritou ao contar ter ouvido comerciantes do Vazame dizerem que ele fechou o PS. “Quem sou eu para fechar o pronto-socorro, meu amigo? Primeiro, não sou prefeito. Meu pai morreu naquele pronto-socorro, quem conhece minha história sabe que sou um defensor da saúde”, disse. Contudo, ele defendeu a implantação do hospital leito ao dizer que “as pessoas que estão criticando” deviam visitar o local para “entenderem o que está sendo feito lá”.

Integrantes do movimento afirmam ser contra o fechamento do PS Vazame e não contra a criação do hospital leito e que Embu, com a saúde deficiente, deveria ter mais um equipamento e não abrir um para fechar outro. “O próprio prefeito falou nos quatro cantos da cidade que faria o terceiro pronto-socorro [a UPA], para desafogar o Vazame e o PS Central”, disse o ex-vereador Silvino Bomfim, ex-secretário (de Esportes) de Chico, uma das lideranças da mobilização.

Na avaliação de lideranças, Ney tem uma postura de alinhamento automático e pouco crítica ao governo Chico, em troca de ser sempre atendido pelo Executivo, e não se deu conta de que o fechamento de um serviço de urgência e emergência é extremamente impopular e geraria reação contrária dos embuenses à desativação do PS – conquistado pelo movimento de saúde do qual o vereador não participou. Procurado pela reportagem, Ney não se pronunciou.

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