Mulher de GCM de Embu morto a tiros confessa que disparou contra marido, mas alega legítima defesa

Thais Brito, foragida, diz que atirou no GCM Luís Alberto Arcanjo ao ser ameaçada durante briga, em sítio em S. Lourenço da Serra; agente morreu baleado duas vezes

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GCM Luís Alberto Arcanjo com Thais Brito; escondida, mulher do agente diz em entrevista que o matou em legítima defesa após ser ameaçada durante briga de casal | Divulgação

A mulher do guarda civil municipal de Embu das Artes Luís Alberto Arcanjo de Oliveira, suspeita de matar o marido a tiros, no último sábado (9), em São Lourenço da Serra, confessou o crime, mas alega legítima defesa. Thais Brito da Silva, de 29 anos, contou que teve uma discussão com Arcanjo, de 26, após o GCM sair do serviço e chegar ao sítio onde passava o feriado com a família, quando atirou no esposo. O agente foi morto com um disparo no abdômen e outro na perna.

Thais falou sobre o crime em entrevista à Record TV nesta quarta-feira (13). Ela disse que matou o marido após ser forçada a ter relações sexuais e ser ameaçada de morte. “Ele já chegou transtornado do serviço ao sítio, e isso piorou a situação. A gente desceu para o quarto, ele queria ter relação comigo, mas eu não estava a fim, não queria. Ele começou a partir para agressão, a me xingar. Deitado em cima de mim, ele falava: ‘Eu vou te matar. De hoje você não passa'”, contou.

“No que me soltou, ele foi pegar a arma, eu peguei primeiro. Ele veio para cima, eu só atirei, só apertei. Nunca peguei em uma arma. Todo mundo sabe o quanto amava meu marido. Eu não queria que tivesse acontecido essa tragédia”, continuou Thais, em choro. Segundo o VERBO apurou, Arcanjo ainda foi atingido por uma bala de raspão no braço. Os próprios pais foram ao quarto após ouvirem a briga e “depararam-se com a filha […] segurando uma pistola nas mãos”.

Thais enviou à TV fotos do corpo com vários hematomas e disse que sofria agressões frequentes do marido. Ela também exibiu falas ameaçadoras que teriam sido proferidas pelo GCM em outras brigas. “…Infantil, ridículo não, meu… Se eu chegar em casa e você não estiver lá, cara, você se prepara, você se prepara… […] Louco? Louco? Você vai ver o louco, seu eu chegar em casa e você não estiver lá em casa, aí vai ver o louco. Paga para ver, paga para ver”, mostram os áudios.

“O dia que ele chegava nervoso do serviço, ia para fora e atirava, meus filhos escutaram várias vezes. Era vontade de atirar em mim”, disse Thais. Apesar das situações de ameaça, ela não registrou os casos na polícia. “Agressão já vinha faz tempo, mas aí a gente conversava, e ele falava que ia mudar. Os familiares dele já sabiam que eu passava agressão às vezes”, falou. Ela contou que as imagens do corpo com sinais de agressão são de dois meses atrás.

De acordo com a Record TV, testemunhas disseram que Arcanjo estava deitado após ser baleado pela esposa. Thais negou que tenha planejado matar o marido. “Nunca. Nunca na vida”, disse. Após atirar no GCM, ela fugiu, com a arma do crime, do próprio agente. A atiradora continua foragida – disse estar escondida. Ela contou que sofreu ameaças de morte após fugir e disse que ainda não se entregou à polícia por temer pela segurança da própria família.

A mulher estaria sendo ameaçada por pessoas que trabalhavam com o GCM. “Eles não querem que a justiça seja feita, querem fazer justiça comigo. Estou com medo de me entregar, eles já falaram que vão me matar”, disse. Ela pediu uma “garantia” para se apresentar: “Eu só quero que não aconteça nada com os meus familiares”. Thais voltou a alegar que matou o marido para se defender. “Foi uma fatalidade, não queria ter feito isso com ele. Eu só me defendi”, declarou.

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