Servidores de Embu fazem greve nesta 2ª-feira após proposta de reajuste salarial escalonada de Ney

Funcionalismo reivindica reposição de 10,73%; prefeito quer pagar índices que vão de 3% a no máximo 9% a grupos diferentes de trabalhadores; é ilegal, diz sindicato

Especial para o VERBO ONLINE

Servidores em assembleia quando decidiram entrar em estado de greve após o governo não apresentar nenhuma proposta de reajuste salarial; e sede da prefeitura | Divulgação

Funcionários públicos municipais de Embu das Artes realizam greve nesta segunda-feira (12) após não terem a reivindicação de reajuste salarial de 10,73% atendida pela prefeitura. O prefeito Ney Santos (Republicanos) aceita pagar índices menores e distintos para diferentes grupos de servidores – 9% para os trabalhadores com salários entre R$ 1.532 e R$ 2.800; 6% para a faixa até R$ 3.500; 4% para até R$ 8.200; e 3% para os que ganham a partir de R$ 8.201,00.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Embu afirma que o índice de 10,73% corresponde a 2% que a prefeitura ficou devendo referentes à inflação de setembro de 2019 a agosto de 2021 e a 8,73% em relação à inflação de setembro de 2021 e agosto de 2022. O SindServ começou a reivindicar o reajuste salarial ao funcionalismo em fevereiro, em reunião com o chefe-de-gabinete de Ney, pastor Marco Roberto. Porém, o governo teria tratado a pauta com descaso.

Três meses depois, no dia 20 de maio, uma assembleia foi marcada para receber proposta do governo para o reajuste. Porém, na data, a gestão não apresentou nenhum índice de reposição. Os servidores decidiram entrar em estado de greve. Pressionado, o Executivo resolveu se mexer e marcou às pressas uma reunião com a comissão de servidores e o sindicato no dia 31, já que nova assembleia já estava agendada para 3 de junho, com previsão de paralisação geral.

Na reunião, o governo apresentou a proposta escalonada. Segundo o sindicato, pelos índices propostos, professores receberão apenas 6% de reajuste; guardas civis municipais, 4%; e diretores de escolas, 3%. O SindServ afirma que a proposta, além de não recuperar as perdas para a inflação no período de “nenhuma das categorias”, é ilegal, segundo a Constituição. “A proposta de reajuste de inflação não pode ter distinção de índice, não pode ser diferente entre os servidores”, diz.

O governo Ney alega que o sindicato recusou a proposta. “Falar que uma proposta de aumento salarial foi recusada pelo sindicato é uma mentira. A verdade é que os servidores em assembleia rejeitaram uma proposta que não atinge o percentual base para reajuste, além de ser ilegal”, rebate o SindServ, que não crê em falta dinheiro na prefeitura ao apontar que durante a pandemia Embu teve alta de arrecadação de 47% e elevou em apenas 8% a despesa com pessoal.

O SindServ afirma que a greve é justa e o governo tenta “colocar a população contra os servidores e os servidores contra o sindicato”. O VERBO teve acesso a informes em que a gestão diz aos pais que os alunos das escolas municipais não terão aula nesta segunda “devido a adesão do professor à greve organizada pelo sindicato”. Os servidores voltam a trabalhar na terça-feira, mas vão retomar a greve. “Quarta, para de novo”, disse uma servidora à reportagem.

VEJA INFORME DO SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE EMBU DAS ARTES SOBRE A REIVINDICAÇÃO DO FUNCIONALISMO E A GREVE

Vídeo – SindServ Embu das Artes/Reprodução

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