Candidato e descartado por Chico, Gilvan será único a votar ‘contra’ Ney

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Nome que passou de favorito a comandar o Legislativo a rejeitado “na hora H” pelo prefeito Chico Brito (PT), Gilvan da Saúde (Pros) será o único vereador a votar “contra” Ney Santos (PSC) e escolher outro candidato para presidente da Câmara de Embu das Artes, em eleição da mesa-diretora da Casa que acontece neste sábado, dia 20, às 10h. Incensado pelos parlamentares da base governista, em acordo fechado pelo prefeito, Ney será eleito com 11 dos 15 votos.

Chico discursa com Ney ao lado e Gilvan ao fundo (2º à dir.) no Santa Emília, após ‘anúncio’ do novo presidente

Chico ia “entregar” a Gilvan a presidência da Câmara para honrar acordo com o Pros, ao negociar o cargo como parte do “pacote” de benefícios ao Partido Republicano da Ordem Social em troca da vinda da sigla para Embu, em 2012, para apoiar o governo e projeto político do PT. Em 2013, Gilvan trocou o PPS, ao qual era filiado havia pelo menos dez anos, pelo Pros – sem perder o mandato por conta da “brecha” de ser um partido novo – para consolidar a “reengenharia”.

Entretanto, em reviravolta na costura política para o comando da Câmara, Ney passou a ser o escolhido do prefeito para presidente da Casa. Chico fechou a negociação com o objetivo de enfrentar o deputado estadual reeleito Geraldo Cruz (PT), para impedir o antecessor  e hoje desafeto de chegar à prefeitura em 2016 e ter sobrevida política na cidade. Chico concluiu que, apesar do compromisso, Gilvan não era o nome “ideal” por “não agregar nada” na meta crucial.

Gilvan não ingeriu nada bem o “cardápio” e demonstrou que foi “passado para trás de novo”. No quarto mandato, ele é aliado do PT desde o início de 2005, quando logo após ser eleito na oposição pela segunda vez aderiu à administração do então prefeito Geraldo Cruz. De acordo com assessores, Gilvan teve promessa outras vezes de que, pela fidelidade ao governo, seria apoiado para assumir o comando na Câmara, mas no momento de definição foi sempre preterido.

Gilvan se divide entre contrariado e abatido. Correligionários disseram que nos últimos dias o vereador anda ainda mais calado do que de costume e está cabisbaixo. Quando o escolhido ainda não era Ney, mas Gilvan já parecia ter sido colocado em segundo plano, o Pros já falava que o prefeito “vai ficar com um débito muito grande” com a sigla. Contrariado, Gilvan disse em reunião com assessores e apoiadores que não vota em Ney, e deverá votar em si mesmo.

“Gilvan vai ser candidato. Ou votar contra. Tendência hoje é votar contra o Ney”, disse um integrante do Pros na quinta, dia 18. Indagado se achava que Gilvan mudaria de ideia, o interlocutor foi categórico: “Não. Votar no Ney não dá”. Em público, Gilvan diz que só vai abrir o voto na hora da eleição, em tom de revolta por ser alijado da disputa, apesar de líder do governo na Casa, apurou o VERBO. Três dos quatro petistas também não votarão em Ney, mas irão se abster.

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