A Justiça Eleitoral diplomou nesta segunda-feira (19) os candidatos vitoriosos nas eleições no Estado de São Paulo neste ano, entre eles os deputados estaduais da região, Analice Fernandes (PSDB), Eduardo Nóbrega (Podemos), e Najara Costa (PSOL), do Movimento Pretas, junto com outras seis mulheres. No total, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) oficializou a eleição de 169 nomes, incluídos o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o vice Felício Ramuth (PSD).
Analice, apesar da queda de 18% na votação em quatro anos, puxada pela forte diminuição (57%) no berço eleitoral, em Taboão da Serra, vai cumprir a sexta legislatura seguida (desde 2003). “A diplomação feita pela Justiça Eleitoral nos traz a certeza que teremos um novo mandato pela frente. Eu estou muito animada e agradecida por ter sido eleita para o meu sexto mandato. É um grande reconhecimento por parte dos eleitores e uma responsabilidade maior ainda”, disse.
Com apoio maciço do prefeito Aprígio (Podemos), que pôs a máquina do Executivo para trabalhar para ser eleito, Nóbrega conquistou o primeiro mandato com 53.607 votos – em Taboão, foi o mais votado à Assembleia Legislativa (29.405). “Esse momento é emblemático pois é o reconhecimento oficial da nossa vitória nas urnas. Agradeço cada um e cada uma que depositou em mim seu voto de confiança para trabalhar pela nossa região e pelo Estado de São Paulo”, comemorou.
Najara com as outras eleitas teve 106.781 votos – 4.244 em Taboão. “Nossa diplomação como codeputadas estaduais ocorreu hoje [dia 19], junto com os deputados federais, senador e governador. Há muito o que ser feito na política e estamos aqui para confrontar, fazer diferente. Que possamos abrir caminhos honrando a luta daqueles e daquelas que vieram antes! Que nossa indignação seja base para a transformação. Muito obrigada a todos que acreditam. Asè”, postou.
No palco, Najara e as companheiras repudiaram o racismo ao exibirem a faixa “O povo preto quer viver”, segundo elas, um lembrete para que Tarcísio pense em “políticas públicas voltadas” à população negra. A cerimônia foi marcada por protestos. Os deputados federais eleitos Eduardo Bolsonaro, Ricardo Sales (ambos do PL) e Rosângela Moro (União Brasil) foram vaiados. Mulher do ex-juiz Sergio Moro, Rosângela foi diplomada aos gritos de “Volta para Curitiba”.
Sobre as vaias e aplausos, o presidente do TRE falou que “isso é mais ou menos natural nas diplomações”. “Existe uma exaltação daqueles que são preferidos pelo público, até porque eles são convidados pelos candidatos. É normal, é da democracia. Não acho que tenha havido falta de respeito, ficamos dentro dos limites”, disse Paulo Galizia. Além de Tarcísio e o vice, o TRE diplomou 94 deputados estaduais, 70 deputados federais, o senador Marcos Pontes (PL) e os dois suplentes.
“Elegemos candidatos dos mais diferentes partidos, das mais diversas correntes. Isso mostra que há absoluta isenção e lisura no nosso processo eleitoral. Mostra a força do nosso processo democrático e da Justiça Eleitoral, que cumpriu todas as etapas com muita eficiência. Agora é deles a responsabilidade de exercer efetivamente o seu mandato, cumprindo as promessas que fizeram na campanha”, frisou Galizia. Os deputados estaduais tomam posse em 15 de março.
