A 4 dias do 2º turno, Justiça manda apreender jornal de Aprígio que ataca Daniel

Especial para o VERBO ONLINE

O candidato a prefeito Aprígio (dir.) e o vice Buscarini, que tiveram jornal com acusações de crimes contra Daniel sem comprovação apreendido | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A Justiça de Taboão da Serra determinou nesta quarta-feira (25) a busca e apreensão do jornal “A Verdade”, da coligação “Podemos Reconstruir Taboão”, do candidato a prefeito Aprígio (Podemos) e do candidato vice Vicente Buscarini (PSD), por acusar o adversário, engenheiro Daniel (PSDB), de “condutas tipificadas como crime sem que haja a indispensável comprovação no material impugnado”. O 2º turno da eleição a prefeito será domingo (29).

O jornal da coligação de Aprígio e Buscarini traz a pergunta “Quem é o Engenheiro Daniel?” no alto da página e faz afirmações em letras garrafais como a de que Daniel “trabalhou na Câmara de São Paulo, mas não tem comprovação de seus horários”, que “funcionários de Daniel trabalharam na Câmara de Taboão, mas nunca foram vistos”, e que o hoje candidato “tentou dar calote em proprietário de imóvel”, mas sem provar as acusações.

A juíza Carolina Conti Reed, da 416ª Zona Eleitoral, classificou o material de “veiculação de propaganda eleitoral em formato de jornal impresso” e frisou que, embora não seja proibida “a confecção de propaganda eleitoral negativa, podendo os candidatos fazerem propagar suas opiniões desfavoráveis ao concorrente, mesmo que isoladamente da divulgação das suas próprias campanhas”, Aprígio e Buscarini “extrapolaram a liberdade de expressão”.

“O impresso descreve práticas como ‘obtenção de vantagem indevida e nomeação de funcionários fantasmas’ e outras denúncias graves sem especificar claramente as provas. Ante o exposto, defiro liminar de busca e apreensão de todos os exemplares do impresso noticiado na inicial, nos endereços indicados pela parte autora, ou onde quer que o material seja localizado”, decidiu a juíza. A circulação do jornal acarretará multa de R$ 1 mil por dia.

O jornal, que veio a público na terça-feira (24), não tem publicação regular na cidade e só surgiu agora, às vésperas (a quatro dias) do segundo turno da eleição a prefeito – a gráfica responsável pela impressão também foi alvo da representação da defesa de Daniel. O prefeito Fernando Fernandes (PSDB), que apoia Daniel, usou uma rede social para lamentar o caso e disse que “a cidade foi inundada por um jornal criminoso do deputado estadual Aprígio”.

“Nesta manhã, como sempre tem acontecido em véspera de eleições, a cidade foi inundada por um jornal criminoso do deputado estadual Aprígio. Sem comprovação de nada fez uma série de afirmações grotescas. A justiça determinou o recolhimento do material. Infelizmente, nas duas últimas eleições que participei, o Aprígio fez a mesma coisa. Divulgando inclusive uma pesquisa falsa que afirmava que ele estava à frente nas pesquisas”, disse.

“As urnas mostraram que era mais uma mentira, vencemos as eleições no primeiro turno”, concluiu Fernando. Em 2012, Aprígio, à época no PSB do então prefeito Evilásio Farias, foi derrotado por Fernando por diferença de mais de 34 mil votos. Em 2016, com o munícipio com possibilidade de ter 2º turno por ter mais de 200 mil eleitores, Fernando venceu em uma única votação com 53,77%, vantagem de quase 38 mil votos sobre Aprígio (então PSD).

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