Taboão e Itapecerica divulgam boletim diário; em Embu, Ney sonega informações sobre covid-19

Especial para o VERBO ONLINE

Questionamento do VERBO, bolsista da Frente de Trabalho e do "Taboão em Foco" ao secretário Raul Bueno e a Ney, sem resposta; prefeito em "live" | Reprodução

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Em meio à pandemia da covid-19, as prefeituras de Taboão da Serra e Itapecerica da Serra atualizam diariamente os casos confirmados e suspeitos de infecção pelo coronavírus, inclusive os de mortes, situação de Taboão. Entre as três maiores cidades da região, apenas Embu das Artes é o mau exemplo. Além de relatar óbitos não confirmados ou inexistentes, a gestão Ney Santos (Republicanos) mostra não ter transparência e sonega notificações sobre a doença.

O governo é indagado pelo VERBO sobre a incidência de coronavírus em Embu há mais de duas semanas, mas ignora e não presta serviço à população. No dia 17 de março, após o registro do primeiro morador infectado, o secretário municipal de Saúde, Raul Bueno, foi solicitado pela reportagem a informar sexo e idade de quatro casos suspeitos. “Posso passar com precisão amanhã cedo”, disse. Ele fez foi só pedir, para ajudar a fazer a população ficar em casa.

No dia 18, Raul não respondeu, o “amanhã cedo” ficou só na promessa. Ele foi questionado pelo VERBO sobre as informações às 12h32, 14h34 e depois às 21h45, só quando respondeu, depois de ser interpelado – “sem informação, secretário?”, disse este portal. Ele não apresentou, porém, os dados. Narrou uma “desculpa”. Disse que precisou ir a reuniões em Osasco e no Hospital Geral do Pirajuçara e “agora à tarde teve outro projeto e tive que participar”.

“Acabei não voltando para [ver] os números lá. Deu uma aumentada, não sabiam me precisar a quantidade, mas aumentou [sic] os casos suspeitos. Mas, se você esperar, amanhã cedo eu atualizo”, prometeu de novo o secretário. Chegou o 19 de março, e mais uma vez, não honrou a palavra. No dia seguinte (20), às 14h20, este portal ligou para o secretário, que desligou o telefone. Em continuação da saga, a reportagem foi até a prefeitura, à secretaria.

Às 14h40, Raul não estava na secretaria. Quem atendeu o VERBO foi o médico Fausto Martino, ex-secretário-adjunto de Saúde e atual diretor de Regulação. Ao saber do assunto, casos de coronavírus em Embu, Fausto disse que não respondia pela área e foi procurar alguém para falar sobre covid-19 em Embu. Voltou sem ninguém. “Falei com o secretário, ele pediu para você deixar seu contato que, entre 30 e 40 minutos, ele já te dá um retorno”, disse Fausto.

O repórter disse estranhar, contou que o secretário tinha o contato dele, mas deixou o número. O leitor consegue adivinhar: Raul não ligou no tempo estipulado e nem em hora nenhuma. Uma semana depois, na sexta (27), este portal voltou a contatar o chefe da pasta. “Qual o balanço mais atual de coronavírus em Embu? Quantos casos suspeitos e confirmados”, perguntou. “Pode informar, secretário?”, insistiu, quase uma hora depois. Não respondeu.

Nesta quarta (1º), Raul voltou a ser questionado sobre os números do coronavírus em Embu em grupo de saúde no WhatsApp, às 12h52. Ele visualizou às 14h11. De novo, nenhuma informação. Raul Silveira Bueno Junior é jornalista, não é médico, não é da área de saúde. Pela gestão no setor, aliás, como prefeito de Pirapora do Bom Jesus (Grande SP), ele foi cassado em 2016 por diversas irregularidades em celebração de três convênios para obras de uma UBS.

A secretária-adjunta de Saúde também foi questionada sobre a de covid-19 em Embu, por uma moradora, quando foi registrada a primeira morte na cidade, no sábado (28). A munícipe quis saber quando ocorreu o óbito, mas Maria Serrano não respondeu. “Continuamos sem informação sobre os casos em nossa cidade”, lamentou a embuense. Raul e Serrano, que não se preocupam em informar a população de Embu, são de fora, não moram no município.

Não por acaso os auxiliares não prestam serviço aos embuenses. O chefe foi procurado pelo VERBO no dia 18 sobre a covid-19 em Embu, mas Ney também calou. No dia 21, a reportagem fez até uma pergunta de um bolsista de programa municipal aflito com a pandemia – fica exposto ao vírus. “O nosso prefeito disse alguma coisa sobre parar as atividades da Frente de Trabalho? Pois tem várias pessoas que trabalham na rua”, disse. Ney ficou em silêncio.

Também procurada, a assessoria de comunicação não retornou. O descaso da gestão Ney é eloquente. O jornalista do “Taboão em Foco”, após indagar na segunda sobre um servidor, questionou nesta quinta, às 11h50: “Continuo no aguardo da pergunta acima. Porém, gostaria de saber em quais canais oficiais a prefeitura está atualizando os dados do coronavírus. Diariamente, Itapecerica da Serra e Taboão da Serra divulgam um boletim”. Não obteve resposta.

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