D. Francisco morre aos 88 anos; emérito de Osasco é sepultado nesta 3ª

Especial para o VERBO ONLINE

Em 1997, d. Francisco (à dir.) participa da inauguração da Catedral de Campo Limpo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, da Redação

Dom Francisco Manuel Vieira, bispo emérito da Diocese de Osasco, será sepultado na tarde desta terça-feira, véspera de Natal, em seguida a missa solene de corpo presente, marcada para 14h30, na Catedral Santo Antônio, na cidade (Grande São Paulo). Ele morreu na manhã de ontem, dia 23, aos 88 anos – estava internado havia 2 meses após sofrer um AVC. Dom Francisco, nascido em 29 de outubro de 1925, era português, natural de Rio Tinto, na capital Porto.

Em 1997, d. Francisco (à dir.) participa da inauguração da Catedral de Campo Limpo
Em 1997, d. Francisco (à dir.) participa, como principal concelebrante, da inauguração da Catedral de Campo Limpo; ele será sepultado na cripta da Catedral de Osasco, região e diocese da qual foi bispo por 27 anos

Dom Francisco foi ordenado padre em 8 de dezembro de 1952, em São Paulo, e bispo, também na capital paulista, em 25 de janeiro de 1975 – escolheu como lema “In Virtute dei” (pela força de Deus). Ele foi bispo auxiliar de dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, na Região Episcopal Osasco (cidade-sede e mais 11 municípios, inclusive São Roque) entre 1975 e 1989, até a divisão da arquidiocese, decisão do Vaticano que desagradou o cardeal Arns.

Diferente dos outros bispos das regiões que foram desmembradas, dom Francisco foi mantido e nomeado pelo papa João Paulo 2º titular da criada Diocese de Osasco, agora autônoma. Ao repórter do VERBO em 2000, ele disse que a decisão do Vaticano “era necessária” já que a arquidiocese era muito vasta e as igrejas mais afastadas precisavam ter melhor assistência, sem entrar no mérito sobre modelo pastoral e em tom diplomático com os que eram contrários.

Considerado moderado e reservado, dom Francisco não aceitou, porém, uma investida contra o clero da diocese. Em 1991, em episódio de grande repercussão, ele deixou a Cúria e foi até uma invasão de sem-teto em defesa dos padres e solidariedade às famílias sob repressão da Polícia Militar em reintegração de posse determinada pelo prefeito Francisco Rossi, com rusgas históricas com a Igreja. “Ninguém vai bater nos meus padres”, reagiu em meio ao conflito.

Dom Francisco foi pároco na Vila Oratório (zona leste), de 1968 a 70, vigário episcopal da Região Belém e coordenador da Pastoral Familiar da arquidiocese, de 1970 até 75, antes de ser bispo. Ele ficou à frente da Diocese de Osasco por 13 anos, até a idade de aposentadoria, em 2002, quando foi nomeado o sucessor dom Ercílio Turco. Presidente do colegiado de dioceses ao redor de São Paulo, o cardeal-arcebispo dom Odilo Scherer presidirá a missa de exéquias.

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