ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, da Redação
Dom Francisco Manuel Vieira, bispo emérito da Diocese de Osasco, será sepultado na tarde desta terça-feira, véspera de Natal, em seguida a missa solene de corpo presente, marcada para 14h30, na Catedral Santo Antônio, na cidade (Grande São Paulo). Ele morreu na manhã de ontem, dia 23, aos 88 anos – estava internado havia 2 meses após sofrer um AVC. Dom Francisco, nascido em 29 de outubro de 1925, era português, natural de Rio Tinto, na capital Porto.
Dom Francisco foi ordenado padre em 8 de dezembro de 1952, em São Paulo, e bispo, também na capital paulista, em 25 de janeiro de 1975 – escolheu como lema “In Virtute dei” (pela força de Deus). Ele foi bispo auxiliar de dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, na Região Episcopal Osasco (cidade-sede e mais 11 municípios, inclusive São Roque) entre 1975 e 1989, até a divisão da arquidiocese, decisão do Vaticano que desagradou o cardeal Arns.
Diferente dos outros bispos das regiões que foram desmembradas, dom Francisco foi mantido e nomeado pelo papa João Paulo 2º titular da criada Diocese de Osasco, agora autônoma. Ao repórter do VERBO em 2000, ele disse que a decisão do Vaticano “era necessária” já que a arquidiocese era muito vasta e as igrejas mais afastadas precisavam ter melhor assistência, sem entrar no mérito sobre modelo pastoral e em tom diplomático com os que eram contrários.
Considerado moderado e reservado, dom Francisco não aceitou, porém, uma investida contra o clero da diocese. Em 1991, em episódio de grande repercussão, ele deixou a Cúria e foi até uma invasão de sem-teto em defesa dos padres e solidariedade às famílias sob repressão da Polícia Militar em reintegração de posse determinada pelo prefeito Francisco Rossi, com rusgas históricas com a Igreja. “Ninguém vai bater nos meus padres”, reagiu em meio ao conflito.
Dom Francisco foi pároco na Vila Oratório (zona leste), de 1968 a 70, vigário episcopal da Região Belém e coordenador da Pastoral Familiar da arquidiocese, de 1970 até 75, antes de ser bispo. Ele ficou à frente da Diocese de Osasco por 13 anos, até a idade de aposentadoria, em 2002, quando foi nomeado o sucessor dom Ercílio Turco. Presidente do colegiado de dioceses ao redor de São Paulo, o cardeal-arcebispo dom Odilo Scherer presidirá a missa de exéquias.