ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Ao gravar no dia 18 um vídeo diante do Supremo Tribunal Federal para dizer que “estamos aqui em Brasília […], discutindo sobre o 14º dos funcionários” e passar a palavra para o secretário jurídico falar que “estamos aqui no STF, fazendo conversas para defender o 14º de todos os funcionários, o recurso já foi protocolado”, quando não registrou nada na corte, o prefeito Aprígio (Podemos) fez lembrar a primeira atuação como “ator” no cargo.
Aprígio não só refrescou a memória de moradores mais críticos ou adversários políticos, mas também apoiadores que emprega na prefeitura. “Eles não foram lá para ver nada de abono [de férias dos servidores municipais]. Da mesma forma que fez um vídeo aqui no Estado, dizendo que falou com o secretário e não tinha falado nada, nem entrou na sala, fez lá: ‘vamos calar a boca dos funcionários’”, reconheceu um comissionado do prefeito sem hesitar.
O livre-nomeado se referiu a quando no dia 10 de março, após colapso na UPA Akira Tada com 11 mortes de pacientes com covid-19 em quatro dias, o prefeito gravou um vídeo com ofício na mão no Palácio dos Bandeirantes em que disse ter se reunido com o secretário de Desenvolvimento Regional para pedir leitos de UTI para Taboão. “Estou saindo agora do Palácio do Governo, acabamos uma audiência com Marco Vinholi”, anunciou Aprígio.
Na postagem por escrito, o prefeito foi mais explícito: “Acabo de entregar em mãos um ofício para Marco Vinholi […], onde requeri a transferência de 11 pacientes que estão na UPA”. Contudo, conforme revelou o VERBO com exclusividade, ele mentiu, nem ficou na sala. Ao ver o ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB), ele disse que não ia se reunir com Vinholi se o desafeto participasse. O secretário, porém, não atendeu ao “capricho” do prefeito.
Dois meses depois, no dia 7 de maio, ao conceder uma entrevista sobre a ação acerca do aumento aos secretários municipais, Fernando falou sobre o fato. “Quando o Aprígio me viu na sala, ele virou para o meu secretário e falou: ‘Mas ele vai participar da reunião?’. Meu secretário falou: ‘Lógico, ele é meu subsecretário e está me ajudando a cuidar disso’. [Aprígio:] ‘Então não vou participar’. E saiu da sala”, contou, como este portal revelou em 16 de março.
Aprígio não voltou. “Ele não entrou. Ele não fez reunião! Não fez reunião!”, disse Fernando, enfático. Indagado pela reportagem sobre o episódio, Fernando indicou ser uma postura tão pequena que não merece consideração. “Não cabe nem comentários, críticas, nem avaliação”, disse. Após a “tragédia” de pôr a desavença política acima da necessidade dos taboanenses que agonizavam sem UTI, Aprígio repetiu – sobre o STF – o “teatro”, agora “comédia”.
OUÇA FERNANDO RELATAR QUE APRÍGIO PREFERIU ‘PICUINHA’ A PEDIR UTI PARA PACIENTES DE TABOÃO
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……….No 2º ‘teatro’, em ‘cala-boca nos servidores’, Aprígio não protocolou nada no STF