TRAÇO. Câmara de Embu despenca 70% em audiência e retoma sessão com 4 acessos

Especial para o VERBO ONLINE

Presidente Hugo (PSB) e últimas e primeiras sessões em 2019 em relação às deste ano durante período de pandemia, com queda de 70% nos acessos | Divulgação

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A audiência virtual da Câmara Municipal de Embu das Artes, sob gestão do presidente e pré-candidato a vice-prefeito Hugo Prado (PSB), despencou 70% nas sessões por videoconferência, realizadas há pouco mais de três meses, levantou o VERBO. A perda de interesse da população em acompanhar os trabalhos legislativos pode ser atribuída à falta de relevância e de credibilidade da Câmara em discutir as principais demandas da cidade.

Ao longo das 17 sessões por videoconferência, a partir da 7ª, em 22 de abril, até a 22ª, a desta quarta-feira (5), a Câmara de Embu teve apenas 758 visualizações, via internet, durante a sessão ou depois de o vídeo ser publicado, o que dá pífias 44 por sessão. No mesmo período do ano passado, considerado o mesmo número de sessões, as transmissões dos trabalhos em plenário do Legislativo tiveram 2.514 visualizações, em torno de 147 por sessão.

Neste ano, a sessão que foi mais assistida foi a 12ª, com apenas 119 acessos, enquanto que nenhuma no mesmo período em 2019 teve menos visualizações que isso. Em 2019, a sessão no período com menor audiência foi a 22ª, a da volta do recesso de julho, com 129 “views”. Como a desta quarta, mas incomparável, os vereadores retomaram as sessões após a segunda “férias” no ano com a audiência de apenas – pasme – quatro internautas ou acessos.

Controlada pela base do prefeito Ney Santos (Republicanos), com 13 dos 17 vereadores, que têm se notabilizado por barrar e não aprovar bons projetos e ações necessárias de interesse da população, a Câmara Municipal é vista como um balcão de despachante que apenas vota o que o prefeito manda e não tem iniciativas próprias, além de não pautar os inúmeros problemas da cidade por conta do alinhamento subserviente com o chefe do Executivo.

No mês passado, este portal mostrou que os veredores não trabalharam nem 30% em dois meses de pandemia, mas, ao contrário dos da oposição, os aliados de Ney que não aceitaram dar a própria cota de sacrifício como a população e empresários que tiveram algum prejuízo no período e se recusaram a reduzir o próprio salário. Os vereadores embolsam R$ 11.657,54. O governista Bobilel Castilho (PSC) se gaba de “ganhar bem e em dia”.

As 14 sessões duraram apenas 10 horas e 4 minutos, menos de 30% do que no mesmo período em 2019. Em Embu, a sessão é ainda mais importante, já que as comissões temáticas – só três – não fazem audiências públicas, existem apenas no papel. Além do descrédito, a baixa audiência também pode ser explicada pela falta de política de comunicação – o setor estaria a serviço de ações partidárias e até de pré-candidatos do grupo de Ney e Hugo.

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