ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito e candidato à reeleição Ney Santos (Republicanos) participou no dia 10 de julho de uma “live” sobre “perspectivas para o financiamento da educação pública no Brasil e Fundeb” que contou com o deputado federal Marcos Pereira, do partido de Ney, e do secretário de Educação de Embu, Pedro Ângelo. Em postagem a respeito, Ney disse ter como uma das prioridades a educação. Ele, porém, é réu justamente por desvios de recursos da área.
“A valorização dos profissionais da educação, principalmente quanto ao tão sonhado plano de carreira e aumento de salário, está entre as prioridades na minha gestão. Lutar em benefício da nossa educação sempre será motivo de satisfação para mim”, escreveu Ney, no contexto da então iminente votação do fundo de financiamento da educação na Câmara dos Deputados. No dia 22, ele fez outra postagem para comemorar a aprovação do Fundeb.
“Ontem (21) tivemos um avanço significativo, onde foi aprovado na Câmara dos Deputados o texto da PEC [proposta de emenda constitucional] que trata sobre a renovação do Fundo. Dentre vários pontos destacam-se elevar de 10% para 23% a participação da União e destinar uma parcela dos recursos para a educação infantil, além de estabelecer um piso de 70% para pagamento de salário dos profissionais da educação”, acrescentou o prefeito.
Ney seria insuspeito com tal dissertação, mas não. Em novembro do ano passado, o Ministério Público Federal denunciou à Justiça Ney, o “parceiro” Hugo Prado (PSB), presidente da Câmara, dois secretários do prefeito, um ex-secretário, além de quatro assessores e ex-assessores de Ney, e quatro empresários por fraude em licitações de compra de material escolar e recebimento de propina, e pediu a devolução de R$ 12 milhões aos cofres municipais.
Como resultado de investigação da Polícia Federal, o MPF aponta que os réus praticaram corrupção ativa e passiva ao favorecer a Revemtex Indústria e Comércio Ltda em contratos, após recebimento de propina. Segundo a PF, por interceptações telefônicas e quebra de sigilo bancário autorizadas, Ney comandou o esquema, “durante os anos de 2016, 2017 e 2018” – primeiro como vereador e candidato e depois prefeito. A Justiça ainda decidirá sobre o caso.