‘INÚTIL’. Serrano alegou impotência, mas se gabou e desdenhou do 1º centro

Especial para o VERBO ONLINE

Serrano se mostra pesarosa com mortes no centro de covid-19 de Embu; em abril, gabava-se pelo centro e desdenhava do de Itapevi, a 1º a funcionar | TV Globo

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Ney Santos (Republicanos) anunciou o encerramento do atendimento do hospital de campanha contra covid-19 no parque Francisco Rizzo (centro) nesta sexta-feira (10). Com leitos de baixa complexidade, sem UTI, e alvo de denúncia de superfaturamento – instalado ao custo de R$ 12,7 milhões por apenas três meses de funcionamento -, o centro médico embuense de combate ao coronavírus foi considerado uma tenda “faraônica”

A denúncia de que a enorme tenda hospitalar não passou de um “pronto-socorro de luxo”, em possível esquema de desvio de dinheiro público, foi reforçada com reportagem do “Jornal Hoje” (TV Globo) no dia 9 de maio: “Mas, apesar de toda essa estrutura, Embu das Artes não tem um único leito de UTI. Quem vem aqui em estado grave tem que ser levado para hospitais de outras cidades, sobrecarregando o sistema público de saúde da região”.

Outra reportagem da emissora, do “SP1”, no mesmo dia, mostrou que pacientes com covid-19 de Embu morriam à espera de transferência para UTI. Entrevistada sobre o dia em que três doentes teriam morrido por falta de leito de terapia intensiva, a secretária-adjunta Maria Serrano (Saúde) fez ar triste e demorou quase dez segundos para falar. “Eu me senti inútil. Por ver as pessoas necessitando de vaga, e a gente não ter muito, né?, o que fazer”, disse.

Porém, em abril Serrano se gabava que o centro seria de excelência e desdenhava do de outra cidade. “Te convido a ir até o centro conhecer por dentro, é melhor do que este aí”, respondeu a uma munícipe que tinha postado foto da unidade de Itapevi (Grande SP) e dito “esse sim foi o primeiro Centro de Combate ao Coronavírus, Embu das Artes apenas jogou a lona em um espaço que a prefeitura paga, mas não tem estrutura para os 50 leitos”.

Apesar da “marquetagem”, o centro de Embu não é o primeiro do país, o de Itapevi abriu cinco dias antes, 18 de março. Em maio, o VERBO procurou um vereador de lá. “Temos a informação de que o hospital de Itapevi foi o primeiro criado na região metropolitana”, indagou. “Exato, foi sim. A prefeitura abriu 62 leitos […], 13 no Centro de Combate ao Coronavírus e 49 comprados em hospital particular. Onze são de UTI”, disse Rafael Moraes (Podemos).

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