MARCELO SOUSA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Com bandana preta da banda americana Guns N’Roses e muito bom humor, além de grande disposição física para um atleta de 46 anos, Viola retribuiu a festa com que foi recebido pelos torcedores do Cats, neste sábado, dia 25. Ele falou do primeiro gol dele na Série B do Paulista e do próprio time – que empatou 0 x 0 na primeira rodada -, em que matou no peito a bola que chegou “limpa”, pelo alto, e bateu forte de esquerda, ao melhor estilo Viola, com muita irreverência.
“Gol categoria”, brincou ao responder aos repórteres se poderia apelidar com algum nome o tento marcado aos 33 minutos do primeiro tempo na estreia pelo time da casa. Ele atendeu a imprensa antes, no intervalo e também após o jogo – após o apito final, o jogador ainda permaneceu no gramado por 40 minutos, concedendo entrevistas e dando autógrafos, além de “incensado” por dirigentes e apoiadores do clube e pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB).
E o Viola chegou para comandar o marketing do time de Taboão da Serra. “Com esse gol tenho certeza de que se algum clube grande estiver precisando de atacante…”, caiu na risada o camisa 9 do Cats, provocando o riso geral, mas levantando, com razão, a reflexão se o futebol brasileiro tem atacantes de qualidade em todos os clubes. “Se cuida, Guerrero, Fred…”, brincou ele, ao se referir aos centroavantes de Corinthians – time que o revelou – e Fluminense.
Ele foi referência não só nas jogadas de ataque, mas orientando os mais jovens. “Falei para eles que o jogo deles tem que ser no chão, tocando a bola, daí as coisas se acertaram. Mas é assim mesmo, a molecada vai se acertando”, disse. O time poderia ter levado a vantagem de 1 a 0 para o intervalo, mas cedeu o empate aos 42 do primeiro tempo. Teve um pênalti contra defendido pelo goleiro e só fez o gol da vitória de bola parada (escanteio) aos 43 da etapa final.
Falar “sério” com Viola é difícil, mas o jogador agradeceu a oportunidade dada pelos dirigentes do Taboão e falou que o projeto não é só o futebol. “Tem o lado social, sei que os garotos me veem como referência e isso é motivador. É um clube simples, com pessoas humildes, mas isso não importa, o que importa é receber o carinho da torcida e ajudar sempre”, disse Viola, que vestiu a camisa do Cats, literalmente, um mês e meio depois de ser apresentado à torcida.
Ao VERBO, o presidente do Cats, Anderson Nóbrega, disse que, além de trazer os medalhões Rogério Fidelis, o técnico, Viola e Fabrício Carvalho, está conversando com Edilson “Capetinha” (ex-Palmeiras), mas não revelou o salário de nenhum deles. “Você tem que entender o seguinte, é um projeto. Eu falei com eles, o Viola, que eles [os veteranos] têm que ajudar a trazer recursos para o clube, ter uma boa atuação, daí vão receber proporcional a isso”, disse o cartola.
“A ideia de trazer jogadores como o Viola vai além da atuação em campo. Temos jogadores com 19 anos aqui que vão se espelhar nele. Ele é esforçado, primeiro a chegar, último a sair. Não fuma, não bebe, é um exemplo”, disse. Se depender do desempenho no campo, Viola e Fabrício Carvalho garantiram o bicho neste sábado. Anderson falou que já conseguiu alguns parceiros para ajudar a manter os jogadores na cidade e está procurando mais patrocinadores.
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