Corpo do dramaturgo Zé Celso, que revolucionou o teatro brasileiro, é cremado em Itapecerica da Serra

Um dos artistas mais criativos do país, ícone das artes cênicas, o criador do célebre Teatro Oficina morreu na quinta, aos 86 anos, após incêndio atingir seu apartamento

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Zé Celso no Teatro Oficina, em São Paulo, em 2017; após velório na sede da companhia que fundou, o diretor teatral foi cremado em Itapecerica | Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

O corpo do ator, diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa foi cremado nesta sexta-feira (7) na região, em Itapecerica da Serra. Um dos artistas mais criativos do teatro brasileiro, que revolucionou as artes cênicas, Zé Celso morreu na quinta (6) em São Paulo, aos 86 anos. Ele estava internado desde terça (4) no Hospital das Clínicas, após um incêndio atingir o apartamento onde morava, no Paraíso, na zona sul da capital – teve 53% do corpo atingido por queimaduras.

Nascido em Araraquara (SP), em 1937, inquieto e irreverente, Zé Celso fundou o Teatro Oficina, no centro da capital, em 1958. Ele se destacou ao idealizar espetáculos de criações coletivas. Nas peças, os atores incitavam a plateia fisicamente, uma marca nos trabalhos do diretor, o movimento “te-ato”- adotava uma postura crítica, inspirada no teatro do dramaturgo alemão Bertold Brecht. Ele foi perseguido pela ditadura e teve a sede do Oficina destruída por grupos paramilitares.

No teatro que criou, Zé Celso foi velado. A cerimônia começou no fim da noite de quinta e atravessou a madrugada, aberta à população. Fãs e artistas homenagearam o ícone da dramaturgia nacional. Foram horas de música, dança e outras performances que exaltaram o legado do diretor “revolucionário”. Poucos depois do meio-dia, o público se despediu com muitos aplausos. O corpo de Zé Celso seguiu de carro ao cemitério Horto da Paz, em Itapecerica, para cremação.

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