RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em São Paulo
O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (3) a alteração do currículo do ensino médio a partir de 2021. A medida tem como base a Lei 13.415/2017, sancionada pelo governo Temer, que dá ao aluno a opção de escolher até duas áreas do conhecimento para aprofundar seus interesses. O Estado de São Paulo é o primeiro do país a colocar em prática a mudança curricular determinada pela lei.
De acordo com o governo estadual, durante o processo de construção do currículo escolar, iniciado em 2019, foram ouvidos cerca de 140 mil estudantes e 18 mil professores, com debates em seminários e por meio de consulta pública. O governo prevê que a implementação aconteça de maneira gradual aos alunos do ensino médio, a começar pela 1ª série em 2021. Em 2022, as mudanças devem acontecer para os estudantes da 2ª série e, consequentemente, para a 3ª série em 2023.
“O novo currículo do ensino médio de São Paulo terá 12 opções de cursos, o que permitirá aos alunos a escolha da disciplina ou duas disciplinas com as quais eles mais se identificam. O objetivo é criar uma escola que dialogue com a realidade atual da juventude, que se adapte às necessidades dos estudantes e os prepare para viver em sociedade e enfrentar os desafios de um mercado de trabalho dinâmico”, disse Doria na segunda-feira, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na capital.
O novo currículo escolar paulista conta com 3.150 horas, distribuídas no período de três anos. Dessa carga horária total, 1.800 horas são destinadas à formação básica comum e o restante, 1.350 horas, está relacionado a aulas de formação específica, técnica e profissional. O currículo está em acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) do ensino médio e foi homologado em dezembro de 2018 pelo então ministro da Educação Rossieli Soares, hoje secretário estadual de Educação.
“É mais um passo de uma longa caminhada. São Paulo sempre foi referência quando se fala em construção curricular e vai servir de grande exemplo. Nosso bônus demográfico acaba agora, entre o final do ano de 2022 para 2023. Começamos a virar a chave e teremos menos jovens, por isso, formá-los cada vez melhor será ainda mais importante para o nosso país”, declarou Rossieli.