RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O vereador Bobilel Castilho (PSC) reclamou de propaganda de ação assistencialista tocada pelo ex-secretário Renato Oliveira, “pupilo” do prefeito Ney Santos (PRB), durante inauguração de reforma do Pronto-Socorro Central de Embu das Artes, no sábado (25). O forte mal estar no governo virou “barraco”, na definição de próprios comissionados da administração. Bobilel não aceitou ser “enquadrado” por Renato e disse “vai tomar no seu cu”, e chegaram a se agredir.
Em pleno palco da entrega da obra, em público, e com Ney ao lado, Bobilel protestou contra promoção da ação feita por Renato. “Cheguei aqui e estou vendo o marketing – com todo respeito – do ‘Play no Bem’. Eu não concordo com isso, falar que estão revolucionando a nossa cidade”, discursou. Para abafar a insatisfação do vereador, um membro do governo começou a falar ao mesmo tempo. Bobilel não gostou. “Depois pega o microfone, secretário, para falar”, disse.
“Estou vendo um marketing. Quem tem que ser exaltado aqui somos nós vereadores, que estamos fazendo diferença na cidade, junto com este povo. Então, assim, a gente tem que falar o que é certo, me desculpa estar falando isso, mas a gente tem que estar falando o que está sendo feito na nossa cidade, e falar o que os vereadores estão fazendo”, criticou Bobilel, em fala gravada em vídeo que foi parar nas redes sociais, para grande constrangimento no governo.
Depois, Renato fez uma “live” com Bobilel para tirar satisfação do vereador. “Ele criticou o movimento ‘Play no Bem’, e eu falei para ele o seguinte: o vereador tem o microfone, a tribuna, o mandato, eu tenho a internet. Vereador, você criticou o movimento social, e eu quero te fazer uma pergunta, posso?”, disse Renato. Bobilel se mostrou sorridente durante a fala do ex-secretário, mas depois cobrou ter a palavra. “Deixa eu falar agora, [já] que você falou”, disse.
Bobilel disse não ser contra a ação, mas reforçou a crítica. “Eu não critiquei o movimento, apenas falei que não é o momento de falar do ‘Play no Bem’ numa inauguração. Que continue o projeto dando certo, mas em um ato político não tem que falar, só isso”, afirmou. Diante da insistência de Renato de o questionar, Bobilel se irritou. “Não vou te responder mais nada, não, vai tomar no seu cu, rapaz. Seu cuzão”, disparou, ao encarar e apontar o dedo para Renato.
Bobilel bateu em Renato. O ex-secretário falou “eu pago o seu salário”, por três vezes, e disse “seu bosta”, ao tentar atingir o vereador enquanto se afastava. “Você viu, gente, essa é a postura do vereador, teve uma postura inadequada com os munícipes”, disse, constrangido. Uma mulher que se colocou entre Renato e Bobilel entrou na “live” e observou agressão mútua. “Bateu no Renato que eu vi, ele que colocou primeiro a mão no Renato. Vereador de bosta!”, disse.
Surpreendido e melindrado, Renato tachou todos os vereadores da cidade de ter postura reprovável pela atitude de Bobilel e o “provocou” ao anunciar ação assistencialista no reduto eleitoral do desafeto. “Então, essa é a função dos vereadores de Embu das Artes. O nosso movimento vai continuar firme, com muito empenho e essa é a postura do vereador Bobilel Castilho. Embu das Artes não merece ter um vereador como esse”, atacou Renato, ao encerrar “live”.
Bobilel reagiu ao que considera campanha antecipada de Renato para ser vereador de Embu, ao passar imagem de “moço bondoso” com a ação. Conforme apurou o VERBO, Bobilel não tem poupado críticas a Ney, reservadamente, por conta de o prefeito incentivar que vários assessores se lancem candidatos a vereador em redutos eleitorais dos vereadores governistas. Ele ficou contrariado após Renato deixar o governo para se dedicar à ação em vista de 2020.
Quando Bobilel criticou o movimento, Ney, constrangido, balançou a cabeça em reprovação à fala do vereador. Bobilel sempre foi a voz mais forte e fiel a favor do governo na Câmara. Já Renato sempre foi o causador de problemas, foco de desgaste de Ney. Entre outros “feitos”, xingou moradores, atacou a imprensa, usou cargo de secretário para perseguir comerciante, sem CNH foi parado pela polícia e tentou matar o repórter Gabriel Binho – a lista de confusões é grande.
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