ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Roberto, em Taboão da Serra
O jornalista, professor e ex-conselheiro tutelar Rodrigo Martins (PSOL) lançou no último sábado, dia 16, no Sindicato dos Químicos na região do Pirajuçara, em Taboão da Serra, candidatura a deputado federal e disse que, se eleito, terá um “conselho de mandato”, para que a população “tenha acesso ao poder”. Ele criticou candidaturas que não são da região e disse que saiu do PT pelo partido não ter como pauta mudanças urgentes para o país, mas não é opositor do PT.
O candidato disse que quer com o conselho fazer um mandato participativo. “Queremos que as pessoas tenham acesso a tudo que fizermos, tudo, de verdade. Vamos nos reunir com esse conselho uma vez por mês e passar pauta de reunião, pauta de votação, debates, o que vamos propor e votar. As pessoas precisam ter acesso ao poder, o poder hoje é de poucos e quem sofre são muitos. Isso me levou a sair candidato”, disse Martins, 29. Ele não disse quem integraria o grupo.
Martins disse ser candidato para “trazer para a pauta os protestos de junho” de 2013, de reivindicação de serviços públicos de qualidade e contra desvio de dinheiro público. Ele criticou a utilização do nome Akira Tada na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) para não mostrar que o pronto-socorro no centro foi fechado pela prefeitura. Também reprovou a política de segurança pública e propôs a criação de “uma única polícia” para maior controle e punição de abusos de policiais.
Ele chamou de “oportunismo” candidaturas de fora. “Sou candidato por Taboão, Campo Limpo [zona sul], São Paulo, pela região. [A deputada federal] Bruna Furlan [PSDB], por exemplo, quem é? O que ela trouxe para a cidade? Só aparece na cidade em época eleitoral. Não concordamos com a candidatura dela e por isso lançamos a nossa”, disparou. Ele disse não disputar com a deputada Analice Fernandes por ser candidata a estadual, “mas ao PSDB sou oposição sim”, disse.
Martins era do PT e disse ter saído “por problemas pessoais”. Mas, ao contrário da quase unanimidade de políticos do PSOL,”não me tornei um antipetista, muito pelo contrário, só que hoje temos posições diferentes”, disse. “Por exemplo, hoje defendemos o mandato participativo. O PT não tem. Vamos lutar por 10% do PIB na educação. Vamos lutar por 10% do PIB para a saúde. Vamos lutar por uma reforma política. E hoje não é pauta do PT, é pauta do PSOL”, afirmou.
Martins, que reuniu cerca de 50 pessoas para o ato, entre apoiadores e convidados para conhecer a candidatura, foi enfático em dizer que “a nossa política hoje está viciada” e citou como exemplo a “prática corriqueira” entre os partidos de pagar a filiados ou eleitores ou pelo transporte para participarem de processos políticos-eleitorais. Disse, porém, não se referir ao PT. “Eu nunca vi, o PT tem sua ideologia, com a qual posso não concordar, mas nunca vi esse tipo de ação”, disse.
Ele falou ser contra o voto obrigatório. “Defendemos como uma das coisas principais da reforma política”, disse. Também disse ser contrário à diminuição da maioridade penal. “Quando a educação e o ECA [direitos das crianças e adolescentes] funcionarem, aí sim podemos pensar em reduzir”, afirmou. Porém, um candidato convidado, Paulo Santana (PSC), fez a defesa da redução para 16 anos. “Respeitamos qualquer tipo de debate, mesmo que seja o contrário”, contornou Martins.