ALCEU LIMA
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Desde esta segunda-feira (22), à 0h, a população de Embu das Artes está pagando mais caro pelo ônibus municipal. O prefeito Ney Santos (PRB) aumentou a tarifa de R$ 3,80 para R$ 4, por decreto que assinou no dia 8. Curiosamente, menos de uma semana antes, o secretário Gustavo Arenzon (Mobilidade Urbana) disse a jornalistas que a passagem só subiria após seis meses, pelo menos, quando a vencedora da licitação, a empresa JTP, assumisse as linhas da cidade.
O valor de R$ 4 representa aumento de 5,3%, abaixo da inflação acumulada desde o reajuste anterior – de R$ 3,20 para R$ 3,80 -, em janeiro de 2017. Mas aquela alta foi de 18,8%, praticamente três vezes a inflação, decretada pelo prefeito interino Hugo Prado (PSB), com endosso de Ney. No decreto, Ney alega que o reajuste se justifica pelos “constantes aumentos de combustível, e demais insumos, que influenciam diretamente na prestação do serviço de transporte”.
Contudo, Ney ludibriou a população com a justificativa de que “todos os municípios da região aumentaram anualmente as tarifas”, sendo que Embu tem o preço “mais baixo da região”. Em Taboão da Serra, a passagem é R$ 3,80, desde julho de 2017. Em Itapecerica da Serra, custa R$ 3,75, já reajustado neste ano, em janeiro. O prefeito alegou que a empresa Transartes havia pedido reajuste de tarifa para R$ 4,43 – Gustavo chegou a dizer que a exigência era R$ 4,60.
Pelas palavras ainda de Gustavo, ditas em “café com jornalistas”, no dia 3, apesar de ter apresentado proposta de tarifa menor, de R$ 4 – curiosamente, para quanto já subiu a passagem -, a JTP “não vai assumir agora”. “O contrato emergencial da Transartes vai vencer agora no fim de abril, não vai dar tempo para estar assinado contrato com a nova empresa ainda, […] a Transartes deve ficar mais seis meses e meio, sete meses até a nova empresa assumir”, afirmou.
A análise das propostas das duas empresas que restaram na disputa ocorreu em 26 de março, com publicação oficial no dia 27. A JTP Transportes, Serviços, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda. tem sede em Barueri (Grande SP) – a segunda colocada foi a Expresso Fênix Viação Ltda. A JTP vai assumir a totalidade das linhas, já que a concorrência foi de lote único em todo o município, e operará na cidade por 20 anos. A demanda é de cerca 55 mil usuários por dia.
O vereador André Maestri (PTB) criticou ontem o reajuste da passagem e denunciou “calote” do governo Ney. “Mais um aumento, prefeito? Hoje [segunda-feira] começou a ser cobrada a tarifa de R$ 4,00 para o uso do transporte coletivo municipal. Entretanto, sabemos que o valor praticado não compete [condiz] ao serviço ofertado. Sem contar que a prefeitura não está repassando os valores referentes ao subsídios das meias passagens e gratuidades”, disse.
Nesta quarta (24), moradores e estudantes fazem protesto contra a nova tarifa, às 16h30, na praça central de Embu. Eles dizem: “Na renovação do contrato emergencial da empresa aproveitaram para trazer mais um aumento descabido. Nenhum aumento de tarifa é justo! Muito menos quando os ônibus se encontram em situação precária, não têm wi-fi e ar condicionado, nem andam tanto quanto os ônibus da capital, no entanto, o preço sempre acompanha o da capital”.
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