ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O pedreiro Rogério Wallan Antônio, 29 anos, morador do Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes, foi localizado em Jundiaí (SP) e voltou para casa nesta nesta sexta-feira (5) após ficar desaparecido por três dias. Ele tinha mantido o último contato por volta de 18h de terça-feira (2), quando não foi encontrado depois de pedir que a mulher o pegasse em ponto de ônibus próximo ao hipermercado Extra no centro de Taboão da Serra, região onde estava trabalhando.
O VERBO ouviu a mãe de Rogério em um depoimento que mostra o drama da depressão, a importância de saber lidar com o distúrbio que cada vez mais acomete o ser humano e a necessidade de dar afeto para recuperação. O rapaz está esgotado. “Mas bem. Ele não foi encontrado, ele mesmo ligou para a esposa para que o buscasse. Estava em Jundiaí. Foi para lá a pé, por isso está bem debilitado, com pés inchados. Andou muito, foi andando”, contou Marinês Antônio.
Sobre o deslocamento, de mais de 60 quilômetros, Rogério, que chegou a sacar dinheiro e comprar em mercado, só falou que cansou. “A única coisa que perguntei se tinha dormido em algum lugar. Ele falou: ‘Não, dormi na rua mesmo’. Só isso”, disse, sem buscar saber mais como aconteceu. “O conselho é não pressionar, não perguntar o por quê, deixar no tempo dele. Só sei que desde o dia que saiu daqui, na terça-feira, ele foi andando e acabou chegando em Jundiaí.”
O problema não é o cansaço. “Emocionalmente, a gente sabe que ele não está bem, uma pessoa normal não faria isso”, disse, ainda mais por não ter acontecido antes algo semelhante com o filho. “Era um rapaz bem centrado, sempre muito responsável. Amadureceu muito cedo, com 15 anos tinha uma cabeça de 20, 20 e poucos anos. Nunca aconteceu isso com ele, a gente está muito assustado, ele surtou, acho que devido à correria do dia a dia, muito estresse”, disse.
Marinês lembrou que o caso “acontece”. “Hoje no mundo em que vivemos, um monte de pessoas está tendo esse tipo de situação, de surtar, às vezes vai aguentando. Ainda mais ele, que é uma pessoa reservada, não comenta nada mesmo que esteja passando por dificuldade. Talvez tenha acontecido algo que não sabemos. O momento não é apropriado para ficar perguntando, tem que deixar quando ele quiser falar. Foi a orientação que tivemos”, disse.
Com o caso registrado na Delegacia Central de Taboão, a família cogitou que Rogério tivesse sido vítima de sequestro-relâmpago. “A gente considerou todas as hipóteses, não sabia de nada, ela [nora] contou que tinha ido buscar, chegou lá e ele não estava. ‘Será que alguém raptou ele?’, hoje a gente vê tanta coisa, matam por menos. Mas o trajeto dele era muito movimentado, e os investigadores descartaram essa possibilidade. A gente passou a considerar outras”, disse.
“Agora nada mais importa, o que a gente quer é que ele se cuide, a gente vai cuidar dele mentalmente. A gente o levou ao hospital ontem, ele fez exames, na segunda vai ao médico. Eu moro em Cotia, mas vou ficar aqui [Embu] para ajudar a cuidar dele, estamos correndo atrás disso [tratamento], mostrando para ele que a gente o ama muito, que não está sozinho, que pode contar quando quiser conversar. À espera do exame, abracei muito ele, ele já riu bastante”, disse.
Os parentes, que ficaram desesperados com o desaparecimento de Rogério, mobilizaram os membros da família, pediram ajuda pelas redes sociais, para divulgar o sumiço do rapaz procuraram a imprensa regional, cujas reportagens tiveram milhares de compartilhamentos. “Pode anunciar que ele foi encontrado, está bem, a gente está feliz que ele está com a gente de novo. Obrigada por vocês terem feito o anúncio, ajudou bastante”, finalizou uma mãe aliviada.
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