ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE
O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Núcleo Grande São Paulo II do Grupo Especial de Combate à Violência Doméstica (Gevid), lançou na quarta-feira, dia 13, iniciativa de levar homens que respondem a processo pela Lei Maria da Penha, por terem agredido as companheiras, para sala de aula para abordagem de temas como controle da impulsividade e combate ao machismo. O projeto “Tempo de Despertar” é piloto e será iniciado em Taboão da Serra.
O curso terá duração de um mês e começa já em setembro com 40 autores de violência. Os presentes aos encontros quinzenais poderão ter a pena atenuada. A promotora Maria Gabriela Prado Manssur desenvolveu o projeto após identificar, na atuação no cumprimento da Lei Maria da Penha, a necessidade da implantação de um trabalho específico com os agressores, ao constatar que muitos precisam romper padrões estabelecidos pela sociedade e aspectos culturais.
Para a promotora, fatores como depressão, alcoolismo e desemprego influenciam o comportamento do violento. “Por isso, não basta apenas punir o agressor, ele precisa ser ressocializado para não cometer novamente o mesmo crime com a atual companheira ou com outra com que vier a se relacionar”, diz Manssur. Os autores de violência terão as palestras sobre violência doméstica em reuniões com equipe técnica formada por promotora, assistente social e psicóloga.
De acordo com Manssur, o projeto segue uma tendência nacional e internacional, e as experiências bem-sucedidas demonstram que o índice de reincidência dos agressores que aderem é menor que 10%, em média, mas chega a menos de 1% em alguns Estados brasileiros. A ação é em parceria com o Poder Judiciário, as secretarias de Saúde, Segurança Pública, Assistência Social, Desenvolvimento Econômico e a Coordenadoria dos Direitos da Mulher da prefeitura de Taboão.
> Com informações do Ministério Público do Estado de São Paulo