ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes
O ativista cultural Anivaldo Laurindo, o Anivaldo da Cultura (PSOL), lançou no último sábado, dia 9, no Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes, candidatura a deputado federal em ato em que defendeu políticas de acesso à cultura e educação de qualidade e apostou na “revolta” nas manifestações no ano passado para eleição de candidatos com poucos recursos e estrutura. Ele, que deixou o PT em 2004, concorra à Câmara dos Deputados pela segunda vez – em 2010, teve 671 votos.
“Saber avançar é investir em educação. Quem tem conhecimento e informação domina, não por acaso não deixam nossos filhos estudarem em escola melhor. Enquanto o filho de trabalhador for prejudicado, vamos lutar para que todos os jovens tenham direito a escola pública de qualidade”, disse Anivaldo. Ele falou que o cidadão “devia ter, pelo menos no fim de semana, ônibus de graça, para poder ir a museu, teatro, aos espaços públicos para assistir a apresentações culturais”.
Ele atacou candidaturas milionárias ou financiadas por grupos econômicos e lembrou os protestos contra a alta da tarifa de ônibus na capital. “Eles podem ter dinheiro, mas temos a militância. O que vai fazer a diferença é aquela revolta dos estudantes contra os 20 centavos por educação, saúde, justiça social”, disse. Ele ligou a insatisfação popular a políticas que teriam sido equivocadas. “A cada 10 minutos uma mulher vai parar no hospital agredida e temos uma mulher presidente.”
“Nós, do PSOL, somos diferentes, saímos do PT porque não acreditávamos mais no projeto do partido. O povo brasileiro elegeu em 2002 um trabalhador que depois traiu os trabalhadores”, disse Anivaldo, em referência ao ex-presidente Lula. Citou que figuras do PSOL como Luciana Genro e Carlos Gianazzi “não se deixaram comprar” e foram expulsos do PT por serem contra a reforma da Previdência e corte no orçamento da educação na prefeitura de São Paulo, respectivamente.
Giannazi, hoje deputado estadual, compareceu ao ato e foi ainda mais contundente. Disse que o “PT quando chegou ao poder se desviou da rota da transformação social do país”, que Lula pensou que conseguiria eleger “mais um poste, como a [presidente] Dilma [Rousseff]”, mas “o [candidato a governador Alexandre] Padilha não decola”. “O PT que construímos está sepultado. O verdadeiro PT somos nós, o PSOL surgiu para resgatar o movimento genuíno dos fundadores do PT.”
Giannazi disse também que o governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) tornou as prisões “verdadeiros escritórios do PCC”, que “até água já está faltando no Estado” e que mesmo que o tucano apareça com 50% de intenção de voto “não significa que mantenha durante o processo eleitoral”. Ele disse que o candidato Paulo Skaf (PMDB) presidiu instituição – Fiesp – que patrocinou órgão da ditadura que “matou” no passado e “agora financia candidato do patrão”.
Giannazi destacou Anivaldo à frente da Casa de Cultura do Santa Tereza e como “militante de várias lutas”. “Se ele já faz tudo isso, imagine com estrutura. Seu trabalho é superior ao da Secretaria de Cultura aqui”, disse. Avaliou que o quadro é “favorável a candidaturas mais combativas” e voltou a criticar o PT, ao citar briga política entre o prefeito Chico Brito e o deputado Geraldo Cruz. “Até eles não se entendem, se aliam a partidos fisiológicos para manter o poder a qualquer custo.”