ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Vereadores “independentes” (“BIH”) intensificaram as conversas para voltar a integrar o governo Fernando Fernandes (PSDB) e fizeram a proposta de que o prefeito readmita funcionários de indicação política que tinham no Executivo em troca de deixarem de fazer oposição, conforme apurou o VERBO. Não são os seis parlamentares do bloco que estão fechados com a ideia, mas devem aceitar em decisão de grupo. Moreira (PSD) já se vê como único opositor de novo.
Na sessão solene de 60 anos de Taboão da Serra, na terça-feira (19), apesar de não perderem a oportunidade de lançar algumas alfinetadas ao prefeito, os governistas dissidentes pouparam Fernando de críticas abertas e se mostraram afáveis em público. Os que se revelaram os opositores mais ácidos ao governo, André da Sorriso, Érica Franquini, ambos do PSDB, e Alex Bodinho (PPS), pararam as estocadas. Bodinho, pivô da crise na base governista, até abraçou Fernando.
Eduardo Nóbrega (PSDB), criador e líder do “BIH”, fez o discurso de aceno de volta ao governo mais claro com afago a Fernando, mesmo que indiretamente, ao lançar dura crítica à gestão do antecessor do prefeito, Evilásio Farias (PSB), presente à sessão. “Em 2013 [após Evilásio sair], Taboão passava por uma grande crise na proteção animal”, disse. Ele enfatizou que “a política pública que existia até então” era “temerária, horrenda que matava os cães e gatos na cidade”.
Ao fim da sessão, em mudança de estratégia após colecionar dissabores ao preferir o confronto, Fernando estendeu a “bandeira branca”. “Eu sou conciliador, a minha experiência na política e minha idade [67 anos] não permitem que eu seja da guerra. Isso pertence aos jovens, as pessoas com mais experiência precisam ter o tom conciliador sempre. Acho que estou cumprindo meu papel, procurando conciliar, e conciliar significa não ficar ‘olhando no retrovisor'”, disse.
“Se você ficar olhando, ‘fulano fez isso, fez aquilo’ – e eles também têm o direito de me analisar da mesma forma -, não chega a lugar nenhum, e isso não é bom para a cidade mesmo”, continuou Fernando. Ele citou como sinal da volta da “harmonia” o abraço em Bodinho. “Ele chegou timidamente para me cumprimentar, eu disse ‘pode me abraçar’. Senti que ele ficou feliz.” O prefeito ainda elogiou a condução da sessão, pelo presidente Marcos Paulo, o Paulinho (PPS).
Após a sessão, Paulinho – um dos mais relutantes e que barganharia a recomposição – negou reconciliação e disse que o tratamento respeitoso ao prefeito foi por “educação” e “harmonia” que pedia a solenidade, mas deixou escapar que existe a aproximação. “Não vou expor aqui quem quer, quem não quer [conversar]. […] “O debate interno dentro do ‘BIH’ e ‘BO’ [oposição] está havendo, estamos debatendo para chegar a um denominador comum”, disse o presidente.
“A predisposição do prefeito em convidar para conversar está havendo, ele está ligando para conversar, e estamos avaliando […]. Mas de uma coisa não vamos abrir mão, das nossas emendas. Eu, particularmente, não abro”, enfatizou Paulinho. Porém, o “BIH”, que não consegue viver sem livres-nomeados na prefeitura, quer a volta dos indicados. “Eles estão voltando”, disse um interlocutor do governo ao VERBO. Moreira já estaria se sentindo “abandonado” pelo grupo.
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