RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O vereador Edvânio Mendes (PT) fez fala no plenário na quarta-feira (20) em que ironizou a alegação do presidente da Câmara de que priorizou a participação popular para não realizar a sessão solene pelos 60 anos de Embu das Artes na segunda-feira 18 de fevereiro, dia da emancipação da cidade, e chamou Hugo Prado (PSB) de “contraditório” devido à justificativa após ter mudado o horário das sessões ordinárias de 18h para 10h, dificultando a presença da população.
Edvânio chamou a atenção para o “pretexto” de Hugo, de que “a Câmara preza pela participação popular em todos os eventos que realiza, sempre primando por se adequar ao bom atendimento à população”, sendo que “a data de 18 de fevereiro, por se tratar de dia ‘útil’, comprometeria a participação de familiares de emancipadores e populares que trabalham na capital São Paulo ou em outros municípios”, conforme mandou dizer ao ser questionado pelo VERBO.
Edvânio disse que a Câmara sob a atual gestão “está entrando para a história” por conta de “tantas questões difíceis de entender” – em alusão à investida dos vereadores aliados do prefeito Ney Santos (PRB) de barrar projetos em defesa das mulheres que apresentou. Ele disse, em reprovação, que “pela primeira vez na história desta cidade que não se fez um ato solene” na própria data da emancipação de Embu, no dia 18 – a sessão foi marcada e ocorreu no sábado (23).
“Essa decisão não passou por mim, o presidente e a mesa-diretora que decidiram. É até um desrespeito aos próprios emancipadores e munícipes”, disse Edvânio. Ele pôs os governistas em situação vexatória ao citar que emendaram o feriado para não estar na cidade dia 18. “Mais uma vez, esta Câmara é motivo de chacota, na rede social [a população diz que] os vereadores prolongam o feriado e não fazem a sessão porque estavam na praia. Eu estava aqui!”, disse.
Edvânio disse para o presidente retornar com as sessões ordinárias às quarta-feiras à noite se preza a participação popular como justificou para não realizar a solenidade durante a semana pela manhã. “O ato solene historicamente sempre foi no dia 18, não importa o dia. Se a justificativa é que a população tem dificuldade de vir, então por que não mudarmos a sessão para 18h, quando a população pode vir para as discussões dos problemas da cidade?”, questionou.
“É contraditório. Muda a sessão para as 18h de quarta, aí sim o senhor não vai ser contraditório, vai reconhecer que é importante a participação popular nos debates que tivermos aqui”, disse Edvânio. Hugo mudou o horário de votação dos projetos de lei para o período diurno – em que a maioria da população não pode acompanhar por ser horário de trabalho, apesar de as votações impactarem a vida do cidadão – há um ano, sem alarde, após pressão contrária cessar.
Hugo disse que, “da mesma forma que algumas pessoas questionaram, outras elogiaram a alteração”. Admitiu, porém, que foi para a sessão estar “aliada” a inaugurações do governo Ney, a quem tem obediência canina. Ele insistiu que “a participação popular é uma premissa deste Legislativo”, em contradição sobre o horário das sessões – ele mudou após os “vereadores de Ney” serem acossados pela população por aprovar leis impopulares, como a criação da taxa de lixo.
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