Depois de idas e vindas, Embu Country Fest tem shows esvaziados e ‘bolo’ de cantor

Especial para o VERBO ONLINE

GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Após muitas discussões e negociação, ao chegar a ser barrado pela Justiça, o Embu Country Fest finalmente aconteceu de quinta-feira a domingo (dias 13 a 16), no centro de Embu das Artes, na rua Domingos de Pascoal. Mas o festival teve reclamações do público quanto à organização, shows esvaziados e até “bolo” de uma das atrações anunciadas. Com “apoio” de empresa do prefeito Ney Santos (PRB) e assessores, o evento virou também alvo pela má gestão do governo.

Show de Zé Neto e Cristiano, que começou
Show de Zé Neto e Cristiano, que começou às 3 da manhã, no centro de Embu; sob críticas, Ney curte festival

Com a proibição ao festival a menos de uma semana da realização, no dia 7, decidida pela juíza Bárbara Cardoso de Almeida, os fãs que compraram ingresso ficaram sem resposta por seis dias e se irritaram. “Quero saber qual respaldo vão nos dar. Pois até então a Justiça bloqueou o evento”, disse uma internauta com entrada, mas sem saber se haveria evento. “Essa p*** foi ou não cancelada, eles nos devem esclarecimentos sobre os ingressos comprados”, falou outra.

Apenas a poucas horas da abertura do Embu Country Fest, com a confusão já formada, a organização conseguiu que o juiz Marcelo Theodósio, do Tribunal de Justiça, concedesse liminar para realização do evento, contra a decisão da magistrada de Embu que apontou falta de segurança. Logo apareceram pessoas vendendo entradas na rede social. “Tenho dois ingressos vip para venda”, dizia Rafaela. “Tenho 2 ingressos 50 reais, os dois pra dia 13”, falava Márcia.

O resultado, mesmo com a decisão judicial que liberou o festival, foi um show cheio na plateia VIP e vazio na arena, os moradores mesmo não foram ver Zé Neto e Cristiano, fora os aborrecimentos. Uma leitora do VERBO que foi ver as atrações na abertura diz que estava “ruim” de público. “Poucas pessoas. Fora o show começar por volta das 3 da manhã. Um tanto desconfortável. Diga de passagem, faltava muita coisa”, conta a fã ao apontar escassa segurança.

Na sexta-feira, os shows ocorreram conforme programados. Carros de som percorreram toda a cidade durante a manhã e tarde, avisando que o festival iria acontecer normalmente, para tentar amenizar a confusão e acalmar as pessoas que adquiriram ingressos e os apoiadores da festa. Nos bastidores, o clima, porém, era de muito nervosismo, já que muitos patrocinadores ameaçavam não se envolver mais em eventos que estivessem ligados à prefeitura.

No sábado, uma das atrações anunciadas do evento – não só “country” – simplesmente não apareceu. O cantor de axé Léo Santana (do hit “Rebolation”) não cumpriu agenda e a noite ficou apenas por conta de Felipe Araújo. A organização do evento publicou às 15h, algumas horas antes da apresentação: “O artista Léo Santana não poderá realizar o show na nossa festa. Todos os fãs do artista poderão solicitar o reembolso a partir das 20 horas na bilheteria do evento”.

Como resultado, centenas de ingressos foram devolvidos, e às 19h a página da festa fez “promoção relâmpago”, dando ingressos a quem compartilhasse a publicação. Mesmo assim, novamente o show foi vazio e os patrocinadores ficaram descontentes. No domingo, com entrada franca, o show foi cheio e a organização teve que se preocupar com outra dor de cabeça: enquanto o policiamento cuidava do evento, assaltantes entraram num banco a poucos metros do evento.

De acordo com a Polícia Militar, a ocorrência foi uma tentativa de roubo. “Pelo telhado, mas não levaram nada”, disse o capitão Lorusso. Mas o sossego foi “roubado” desde o início pelo evento liberado por juiz da capital. “Autorizou porque não mora aqui. São 4h16 da manhã e não se consegue dormir. Não existe lei para quem tem poder e dinheiro, mesmo sendo o dinheiro do povo que precisa dormir, precisa de respeito”, diz Marta Barbosa em mensagem ao VERBO.

Moradores apontaram várias outras situações de desrespeito diante da realização da festa com apoio do prefeito Ney – que, inclusive, prestigiou o evento. “As crianças especiais de Embu das Artes estão há meses sem alimento que é a dieta fornecida pela prefeitura. Mas para eventos as verbas surgem tão rápido. Desabafo porque passo por isso em casa com sobrinho especial no qual uma lata para comprar custa R$ 60,00”, protestou em rede social Karoline Guerra, 24.

> Colaborou o repórter Alceu Lima, especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
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