PF deflagra operação contra fraude em saques do PIS em Taboão, Embu e na capital

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em São Paulo

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (25), simultaneamente, duas operações contra grupos criminosos que realizavam fraudes para recebimento do abono salarial do PIS de pessoas que tinham direito ao benefício, sem que os trabalhadores tivessem conhecimento, em investigação que já identificou cerca de 200 saques ilegais. Os agentes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão em Embu das Artes e Taboão da Serra, além da cidade de São Paulo.

PF em operação de busca e apreensão
PF cumpre 13 ordens de busca e apreensão de documentos, papéis e computadores em Taboão, Embu e capital

A atuação dos agentes é um desdobramento de investigação no interior do Estado. “Os grupos criminosos obtinham informações de pessoas com direito ao abono salarial do PIS e, com o uso de documentos falsos, como a carteira de identidade, realizavam saques em agências espalhadas pelo Estado de São Paulo, para obter os benefícios. As duas ações tiveram início a partir de saques fraudulentos investigados pela Delegacia da PF em Cruzeiro/SP”, afirma a PF.

De acordo com a PF, que esteve em endereços residenciais nas duas cidades da região e na capital, oito dos mandados de busca e apreensão são decorrentes da Operação Golpes Master, deflagrada em agosto, a partir da prisão em flagrante, na cidade de Guaratinguetá (Vale do Paraíba), de um dos integrantes do grupo criminoso. Com a análise do material apreendido na primeira fase, as investigações apontaram outros fraudadores e mais de 200 pessoas lesadas.

Os outros cinco mandados fazem parte de outra operação, a GolPIS, que foi iniciada após uma tentativa de saque fraudulento em Aparecida (SP). Com base nos documentos encontrados com o suspeito e informações repassadas pela Caixa Econômica Federal, a PF identificou outros participantes do golpe, e mais pessoas com direito ao PIS lesadas. A maioria dos saques ocorreu na capital, na região de Campinas e no Vale do Paraíba, onde a investigação começou.

Agora, com o material apreendido, será apurada a ligação entre os dois grupos criminosos e a participação de cada um no esquema. “Na data de hoje ninguém foi preso. O objetivo agora é investigar onde as pessoas conseguiram essas informações privilegiadas. Já conseguimos identificar várias pessoas que praticam o golpe junto a agências da Caixa, também quem coopta e quem repassa documentos falsos”, disse o delegado Ronilson Santos, da PF em Cruzeiro.

O PIS é um programa federal para financiamento do pagamento do seguro-desemprego, abono salarial e participação na receita de órgãos e entidades. O abono é pago anualmente, no valor de até um salário mínimo, a cadastrados há mais de cinco anos e que tiveram remuneração média no ano anterior de até dois mínimos. A fraude já corresponde a R$ 200 mil. “O montante não é tão vultoso aos cofres públicos, mas para o beneficiário faz muita falta”, disse Santos.

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