ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O vereador Marcos Paulo (PPS), de Taboão da Serra, anunciou na semana passada nas redes socais a distribuição de material eleitoral que faz propaganda do chamado voto “Bolsodoria”, para Jair Bolsonaro (PSL) presidente e João Doria (PSDB) governador, de quem é eleitor declarado. O adesivo, porém, é ilegal e foi alvo de apreensão pela Justiça. Ele alegou que não buscou o material, mas que recebeu de um “amigo”, e “segurou” a entrega ao saber do recolhimento.
Na tarde de quarta-feira, Marcos Paulo, o Paulinho fez uma postagem com os dizeres “Meus candidatos para o segundo turno, unidos contra os sociopatas. Quem quiser adesivos só me chamar no inbox [em privado]” e uma foto em que mostra um cartaz e um adesivo de “Bolsodoria” – preso com elástico, em indicação de que era uma porção. Logo depois, eleitores passaram a pedir o material para o vereador, que prontamente se dispôs a entregar aos interessados.
“Aonde [sic] arrumo esse adeviso [?]”, perguntou Luciano Luis. “A partir de amanhã estarão em meu gabinete [na Câmara]”, respondeu Paulinho. Outras pessoas pediram o material. “Também quero um adesivo desse”, disse Gloria Cecília Mendes. “Eu quero”, escreveu também Marcelo Soares. Um outro eleitor pediu que o vereador entregasse no bairro onde morou e tem reduto eleitoral. “Passa aqui no Clementino e me deixa alguns desses”, pediu Danillo Santos.
Por ordem do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), a Polícia Federal apreendeu o material na sexta-feira (19) no comitê de campanha de Doria, na capital, e em diretórios do PSDB em 14 cidades. Pela decisão, que acatou ação da coligação do adversário Márcio França (PSB), os adesivos não tinham CNJP do responsável pela confecção ou da gráfica que o produziu e tiragem, o que é ilegal. O infrator responde por propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso de poder.
OUTRO LADO
Procurado pelo VERBO, Paulinho negou que tenha distribuído. “Na verdade, não distribuí, chegou essa informação para mim [da apreensão], e não estou distribuindo, inclusive nem no meu carro coloquei, acabei segurando”, disse. Questionado sobre quantos adesivos tinha conseguido, ele disse que não sabia. “Agora de cabeça não sei, tenho que ver lá no escritório”, disse. Indagado se chegavam a mil. “Não! Jamais. Cinco, seis ou sete, não me lembro agora”, disse.
Paulinho conta que uma pessoa foi a um escritório político em São Paulo e recebeu o material, “e ela acabou me dando, porque eu tinha feito postagens a favor de Bolsonaro”. Ele disse que não distribuiu não por saber que o material é irregular. “Eu nem sei se esse material tem CNPJ ou não, não distribuí por falta de tempo”, afirmou. Ele disse não ter observado. “Hoje é tão difícil sair material sem CNPJ, para a gente que é do meio político, é difícil de acontecer”, alegou.
Paulinho disse que se o material não tiver CNJP não vai distribuir. “Vou me desfazer, jogar fora, ou dar à pessoa para devolver onde pegou. Não fui eu que busquei”, afirmou. Negou que é um funcionário, apenas “um amigo”. Ele disse ter dúvida, mas na foto postada o adesivo não tem os dados legais – ele removeu a postagem. Apesar de o PPS ter estado na coligação do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) e estar na de França, Paulinho apoia Bolsonaro e Doria.
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