ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Os principais assessores do prefeito Ney Santos (PRB), Jones Donizette e Renato Oliveira, deixarem de apoiar o governador e candidato à reeleição Márcio França (PSB) para pedir voto em João Doria (PSDB) não é um gesto de credibilidade e se revela uma traição que será lembrada, avalia um assessor direto de França. Ele diz que Ney, em vez de tentar articulação oportunista, deveria rever o governo dele. “Ele representa para Embu só 15 mil votos”, afirma.
Coordenadores da campanha da candidata a deputada federal Ely Santos (PRB), irmã de Ney, e do candidato a estadual Hugo Prado (PSB) – não eleitos -, Jones e Renato, que eram secretário e adjunto de Comunicação, ostentam desde o fim do primeiro turno o nome de Doria nas redes sociais. Há 45 dias, em Embu, Jones chegou a ocupar palanque de França, colou adesivo do candidato no peito e anunciou o “próximo governador de São Paulo” para mais de 500 apoiadores.
“Eles são secretários [homens de confiança do prefeito], eles fazem o que Ney mandar. Só que, o Márcio ganhando a reeleição, isso vai ser lembrado, subir no palanque em um dia – dizer que Márcio é o [próximo] governador – e no outro falar que é o Doria não dá credibilidade”, diz o assessor Alexandre Ribeiro, o Lelê, com livre trânsito no Palácio dos Bandeirantes – França é governador desde abril, quando Geraldo Alckmin (PSDB) saiu para disputar a presidência.
Ribeiro diz que Ney trocou o compromisso com o candidato do PSB por um projeto “familiar”. “Segundo consta, o PRB ajuda o Doria, e eles têm uma matemática que não sei de onde tiraram, de que Doria puxa não sei quem, e Ely vira deputada federal. Estão fazendo uma articulação para isso”, observa. Para o assessor de França, Ney deveria ter outra preocupação, diante do desempenho risível de Ely e Hugo em Embu – tiveram 15.400 e 16.655 votos, respectivamente.
“Eles têm que rever Embu, porque hoje, com o prefeito, com o vice e todos os secretários, eles representam para Embu 15 mil votos, que é o que deram para Ely. Todos eles juntos representam 15 mil votos. Então, em vez de estar articulando composições para governador, Ney deveria rever o governo dele, eles tinham que ir para a rua e trabalhar. Com toda a estrutura, com Ney [que se licenciou da prefeitura] na rua, Ely perdeu a eleição em Embu”, analisa Ribeiro.
Ele ironiza que Doria até preferiria pedir apoio a um petista, ao cravar a votação pífia do grupo político do prefeito. “Será que o Doria hoje gostaria do apoio deles? Eles representam 15 mil votos. Geraldo Cruz teve mais votos em Embu do que eles. Hoje seria mais fácil o Doria pedir apoio para Geraldo Cruz, que representa uma parte da população maior”, provoca. Geraldo não conseguiu se reeleger deputado estadual, mas foi o mais votado em Embu – 21.477 votos.
Ribeiro avalia que o grupo político de Ney – com a derrota dos dois candidatos lançados pelo prefeito – rachou e a fissura vai se aprofundar. “Depois da eleição vai ter um divisor na cidade. Como eles vão conduzir, eu não sei. Mas, volto a dizer, primeiro eles têm que rever o governo da cidade, para depois crescerem em política, porque a população hoje não quer esse grupo, não. As urnas que falaram, não sou eu que falo”, finaliza o assessor, que atua na região.
Na quarta-feira (17), um outro assessor próximo a França, mas com atuação na capital, já tinha sondado a posição de Ney e disse que ia comunicar França que Ney traiu o compromisso de apoio ao candidato ao orientar o grupo do governo a apoiar Doria. “Ele estava apoiando a gente. Do nada, pelo que me foi passado, ele orientou o pessoal da prefeitura a apoiar o Doria. Vou comunicar o Márcio”, disse o correligionário, que preferiu não ter o nome citado.
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE
Ney Santos deu calote no povo de Osasco. Relação dos calotes. Dr.Emerson.Ronald. Nenê vila Isabel. Equipe do pastor Edson. Equipe da pastora Marcia. Equipe do Thiago. E em Carapicuíba deu calote na equipe do Xuxa cobra motos. Só calotes na região. Jones ladrão. Renato safado.