ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito licenciado Ney Santos (PRB) publicou na segunda-feira (24) nas redes sociais um vídeo em que acusa a deputada estadual e candidata à reeleição Analice Fernandes (PSDB) de integrar “facção criminosa”, ao exibir prestação de contas da campanha passada da deputada que mostra doações de empresas condenadas na Lava Jato. Ele diz ainda que se abrir a boca os Fernandes “vão ter sérios problemas”. Contudo, a Justiça Eleitoral mandou tirar o vídeo do ar.
Enquanto fala, Ney, cabo eleitoral dos candidatos Ely Santos (PRB) e Hugo Prado (PSB), mostra planilha com doações de empreiteiras à campanha de Analice e faz a grave acusação. “Quem bancou a campanha dela foi a Odebrecht, foi a OAS, foi a Camargo Correa, Queiroz Galvão, ou seja, empresas envolvidas na Lava Jato, julgadas e condenadas, tendo seus presidentes presos. Aí vocês conseguem entender quem verdadeiramente faz parte de facção criminosa”, diz.
Ney chega a dizer que se sofrer violência terá sido por ordem dos Fernandes. “Se acontecer alguma coisa comigo, todo mundo sabe que foi o Fernando, foram vocês que mandaram fazer, até porque sabemos a forma como vocês agem. Mas quem cala consente, eu não vou calar, porque eu não devo, quem não deve não teme”, diz. Ele adverte que “não mexam com a minha língua, eu estava no meu canto, quieto, fazendo a nossa campanha do jeito que tem que ser”.
No dia 25 de agosto, no comitê de Ely em Taboão, Ney declarou que fará os próximos presidente da Câmara e prefeito de Taboão. Fernando classificou o plano, com cinco vereadores de Taboão rebelados e inicialmente com o vice Laércio Lopes, como “tentativa de golpe”. No dia 6 de setembro, Ney disse que Taboão precisa eleger Ely para melhorar a saúde. Fernando retrucou que “se Taboão precisa de Ely, a saúde de Embu precisa de um presidente da República”.
No fim do vídeo, Ney ameaça os Fernandes. “Agora vocês decidiram ofender a minha moral. Então, quero responder para vocês. Eu não vou fazer como vocês, não vou falar mentira, vou falar a verdade, e se eu abrir a minha boca para falar a verdade, podem ter certeza que vocês vão ter sérios problemas!”, diz. Ney atacou após o VERBO publicar que Analice citou reportagem do UOL sobre ele ser ligado ao PCC e o indagar sobre críticas de Fernando à gestão em Embu.
No entanto, o Tribunal Regional Eleitoral determinou menos de 24 horas depois a remoção do vídeo com “notícia falsa (fake news)” lançado pelo prefeito licenciado de Embu contra Analice, com acusação de que a deputada pertence a uma facção criminosa e se enriqueceu ilicitamente. O juiz Mauricio Fiorito ordenou ao Facebook a retirada do vídeo da página de Ney por configurar propaganda eleitoral negativa que visa obter votos depreciando a imagem de adversário.
Analice preferiu não se manifestar sobre o episódio, segundo o jornal “SP Repórter”. “Vou deixar para a Justiça resolver”, disse. Fernando Fernandes, marido de Analice, disse existir uma campanha difamatória contra a candidata. “Essa é a terceira ‘fake news’ que conseguimos derrubar. A campanha da Analice também entrará contra outras pessoas que também publicaram o vídeo primariamente, mesmo sabendo da decisão da Justiça”, disse, ainda segundo o jornal.
Na primeira “fake news” contra Analice julgada pelo TRE-SP, o juiz Paulo Sérgio Galizia mandou o Facebook retirar o teor e informar o autor da postagem, que foi identificado como Marcelo Luiz do Nascimento, que terá que se defender na Justiça. A “notícia” falsa apontava envolvimento de Analice com a máfia do rodoanel. “O fato imputado à representante, a priori, se mostra inverídico, uma vez que não traz nenhum conteúdo que comprove a afirmação”, diz o magistrado.
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