ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Santa Rita, em Embu das Artes
O governador de São Paulo e candidato à reeleição Márcio França (PSB) fez campanha neste domingo (9) em Embu das Artes ao se reunir com militantes do partido e de siglas da coligação em que prometeu construir um AME (ambulatório de especialidades) em Embu e hospital na divisa com Itapecerica da Serra. Ele foi recebido pelo presidente da Câmara e candidato a deputado estadual Hugo Prado (PSB), que tachou o candidato ao governo João Doria (PSDB) de ‘mentiroso”.
Em sítio próximo à região central, diante de cerca de 500 apoiadores, quase todos funcionários de indicação política do governo Ney Santos (PRB), inclusive vários secretários – mas sem a presença do prefeito -, Hugo ao chegar ao palco com França fez discurso em que fustigou Doria. Ele lembrou que o tucano esteve na região, ao se referir à visita durante pré-campanha, e prometeu o metrô até o município vizinho, quando o chamou de “candidato mentiroso”.
França também deu estocadas nos adversários. “Temos quatro grandes candidatos. Tem o do PT, que é sempre forte porque é do PT. Mas a maioria em São Paulo, quem gosta do PT gosta, quem não gosta não vota de jeito nenhum. Aí sobram Skaf, Doria e eu”, disse. Diante da resposta dos presentes de que estudaram em escola pública, mirou os rivais. “Por que dois que nunca estudaram em escola pública vão ter mais sensibilidade para tratar as coisas públicas?”, disse.
França foi mais incisivo ao lembrar a promessa de Skaf de fazer no Estado escolas padrão Sesi e Senai. “Faz cinco anos que mudou a regra no Sesi e Senai, cada menino tem que pagar R$ 250 por mês. Pessoas que vocês conhecem podem pagar?”, criticou. Ele disse que o orçamento da capital ficou aquém das despesas. “Sabe o que fez o ex-prefeito [Doria]? Fechou 106 postos de saúde e cortou o leite dos mais pobres. Uma pessoa assim pode governar o Estado?”, disparou.
Ao dizer ter buscado encerrar a paralisação dos caminhoneiros e fazer sutil alusão ao atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), França criticou a polarização partidária. “Temos que aprender a dialogar, nada vai ser resolvido na bala, na faca. Essa maldade que fazem na região, evitando que as coisas cheguem porque a cidade [prefeito] é de outro partido é errado. O grande erro foi essa briga PT-PSDB, temos que virar a página, dar uma chance para o novo”, disse.
Com a candidata a senadora Maurren Maggi ao lado, França passou às promessas. Com o bordão de ser “papo reto”, de cumprir o que fala, disse que Embu terá um ambulatório para consultas e exames de especialidades. “Temos 60 AMEs [no Estado]. Mas claro que está faltando. Aqui na região está faltando. Já tem em Taboão. Vamos fazer em Embu”, afirmou. Ele falou em uma unidade “para abrir sábado e domingo para ajudar a prefeitura [a desafogar a demanda]”.
França disse depois que “precisamos de um outro hospital na região”, ao mencionar que o Vale do Ribeira ganhou o terceiro. “Mas esta região tem mais de um milhão de habitantes, é muito maior. Podia aqui ter o segundo hospital, e esse tem que ser na divisa com Itapecerica, para ficar à disposição dos dois [municípios]”, afirmou. Questionado pelo VERBO quando deixava o local, França disse que, se eleito, vai “estudar o local exato para ficar em Itapecerica e Embu”.
A reportagem também indagou sobre São Paulo ter perdido a liderança no Ideb (indicador de qualidade do ensino). “Verdade. O Brasil melhorar não é ruim, ruim é que no ensino médio caímos de nota – no ensino básico nas duas fases subimos. Mas temos que melhorar, a base de tudo é valorizar o profissional. Como todo servidor, ele está sem reajuste há três anos. Temos que aperfeiçoar as escolas, as aulas hoje são chatas. Precisamos de lousa digital, wi-fi”, afirmou.
“Por fim, temos que garantir para o ensino médio, segundo e terceiro ano, [cursos técnicos] da Etec, com EAD [ensino a distância]. E depois do terceiro ano vaga para quem quiser fazer faculdade pela UniVesp [a distancia]”, afirmou França. Ele disse querer ficar “marcado” como governador que gerou emprego aos jovens e revelou ter o sonho de que 100% dos concluintes do ensino médio tenham vaga garantida no ensino superior “sem vestibular, com ensino a distância”.
Em saída tumultuada, em meio a muitos apoiadores e apesar de o candidato Hugo tentar impedir outra pergunta, França – que não concedeu entrevista coletiva – foi indagado pelo VERBO sobre a segurança, uma das grandes queixas de Embu e região. “Certamente, vamos ter que valorizar o policial, [investir em] tecnologia, [ter] radar em todos os lugares. E criar oportunidades, se não dermos oportunidades ao jovem, nunca vamos resolver a segurança”, afirmou.
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